“O Porto de Itajaí é prioridade”

Agência RBS - Hoje existem três obras para o porto de Itajaí, duas emergenciais e uma referente à estruturação. Como está o ritmo dessas obras?
Pedro Brito - Podemos especificar, em primeiro lugar, a dragagem de emergência, que recompôs a profundidade do porto que era de menos 11 metros. Essa parte já está finalizada e o próprio porto cuida, nesse momento, de fazer uma dragagem de manutenção final, recuperando alguns pontos já determinados. No entanto, essa profundidade não é adequada para o porto operar de forma definitiva. Por isso, em agosto vamos lançar edital de licitação para fazer a dragagem de aprofundamento, trazendo o porto para a profundidade de menos 14 metros. Isso vai dar toda condição que o porto precisa para competir com os portos vizinhos de Itajaí.
Agência RBS - Outro problema causado pelas chuvas foi a destruição dos dois berços do porto. Como está a obra de recuperação?
Brito - Já fizemos a primeira etapa dessa obra, que foi a retirada dos entulhos. Depois disso, a fase agora é a cravação das estacas que vão a menos de 50 metros de profundidade. Isso vai dar condição para se reconstruir os dois berços. Esta obra está dentro do cronograma inicialmente previsto e deve ser concluída em seis meses.
Agência RBS - O problema desta obra é a falta de recursos?
Brito - Não temos problema de recursos, todos já foram previstos na medida provisória de emergências e vamos dar o ritmo necessário para que dentro de seis meses o porto tenha de volta os dois berços destruídos. Com a conclusão da dragagem de emergência, o porto opera mesmo que em condições parciais. Logicamente que a recuperação completa dos berços vai dar ao porto de Itajaí uma condição de voltar a operar normalmente.
Agência RBS - Por que o presidente Lula, na última visita a Santa Catarina, se mostrou surpreso pelo fato das obras não estarem concluídas?
Brito - A inauguração da obra dos berços só vai acontecer dentro do prazo que nós precisamos, de seis meses. Esse é o prazo físico necessário para a reconstrução do que as chuvas levaram. A inauguração da dragagem que está pronta é a própria operação do porto, que já está acontecendo naturalmente. Isso não satisfaz as expectativas, uma vez que nós queremos o porto de Itajaí com toda a sua capacidade retomada.
Agência RBS - Os recursos não teriam ainda chegado ao Estado?
Brito - O dinheiro não precisa ser repassado à região porque o nosso contrato é direto com as empresas. Como há uma dívida do município e do porto com a União, não podemos fechar convênio. Essa é uma regra que temos que cumprir. E não há falta de verba.
Agência RBS - Qual a importância do Porto de Itajaí para a União?
Brito - O porto de Itajaí é o segundo maior porto do Brasil em termos de movimento de contêineres, perdendo apenas para o de Santos. Também é o primeiro em exportação de carne frigorificada. Então, é um dos portos mais importantes do Brasil e a nossa prioridade é total para a recuperação. Tenho aqui na Secretaria Especial de Portos uma equipe dedicada full time para esse trabalho.