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Guarda portuária faz operação pente-fino pra cobrar o porto

Brutos ficaram esperando um tempão na fila em frente ao terminal. Superintendência do porto diz que não rolou atraso nas operações e que tá em negociação com o sindicato dos trabalhadores portuários.

Os guardas portuários entraram numa operação padrão esta semana pra pressionar a superintendência do porto de Itajaí, que não atende as reivindicações da categoria. Eles tão vistoriando tintim por tintim todos os caminhões-contêineres que entram no terminal. Isso demora mais tempo que o normal e tem deixado os motoras esperando na fila. Os caminhoneiros tão putos dos cornos com a lengalenga.

O presidente do sindicato dos Trabalhadores Portuários (Sintac), Luiz Eduardo Graf, diz que a operação tem objetivo de atender os anseios do povão, garantindo a segurança de todos, já que as carretas trafegam nas ruas. Durante a ação, os guardas tão vistoriando os brutos e verificando se as carretas têm todos os itens de segurança, documentação necessária e se os motoras tão com os equipamentos de proteção individual em dia. “Não temos dados precisos ainda, mas sabemos que muita coisa realmente tá faltando nos caminhões”, informou o presidente.

Luiz Eduardo diz que a operação padrão é uma forma encontrada pelos guardas cobrarem direitos iguais em relação aos demais servidores públicos, como o direito a folga em dia que o município estipula ponto facultativo, e o fim à restrição que proíbe que a guarda portuária fiscalize os caminhões na área arrendada pelo Teconvi.

E a maior bronca da categoria é com o Teconvi. O guarda Jorge Luis Alves Pires diz que a empresa tá atrapalhando muito o serviço deles e agora, só querem colocar em prática o que é atribuição da guarda por lei. Eles garantem que a fiscalização, mesmo em área arrendada, seria obrigatória. “Temos várias obrigações que tão sendo tiradas da gente, porque o Teconvi tá fazendo”, reclamou. Jorge defende a operação pra que, a partir de agora, os guardas possam fazer o que a lei prevê.

Filas e mais filas

A operação padrão gerou uma fila gigante em frente ao porto. Os motoras, que tavam esperando pra entrar no cais, tavam revoltados e esperavam uma hora pra vistoria e mais 20 minutos pra fazer a lista de checagem de operação. “É um absurdo, eles fazem a operação deles e quem se ferra é o autônomo. Tô aqui há mais de uma hora e meia, fora o que vou ficar lá dentro”, esbravejou o motorista Nelson Bastos, 44 anos. Geralmente, em dia normal, todo o processo é feito em 30 minutos.

O presidente do Sintac, Luiz Eduardo Graf, afirmou que, mesmo com a operação, tudo rolou normalmente e nenhum navio deixou de ser atendido. No entanto, ele alertou que se rolou atraso, foi culpa do terminal APM/Teconvi, que não tem gente suficiente pra trabalhar. “As operações tão fluindo, não teve atraso. Se tiver é por falta de pessoal do Teconvi”, lascou. Porto não deixou de atender o Sintac

O porto peixeiro se manifestou sobre o assunto em nota oficial. A administração diz que a tal operação padrão é feita rotineiramente pela guarda. Segundo a superintendência, a fiscalização tá rolando em quanto os caminhões aguardam a liberação do terminal pra entrar no porto.

A vistoria não ultrapassaria três minutos, enquanto que o tempo de liberação desses mesmos caminhões nos portões operados pela empresa arrendatária duraria oito minutos. “As reivindicações do Sintac em momento algum deixaram de ser atendidas pela superintendência”, esclarece a nota. Porém, o superintendente justifica que os pedidos ainda não foram atendidos por contar com modificações na legislação e ações que envolvem os poderes executivo e legislativo.

O Teconvi também se manifestou via nota oficial e disse que a operação padrão reduziu, ontem, o movimento em pelo menos dois mil contêineres. “Lamentamos a informação distorcida distribuída a toda imprensa, insinuando que a APM Terminals é responsável pelos atrasos nos portões, onde nossas operações têm acontecido em no máximo três minutos e foram elogiadas, recentemente, na reunião do CAP (conselho da Autoridade Portuária) pela mesma guarda portuária”, informou o diretor geral do Teconvi, Walter Joos

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