Piratas aterrorizam 140 pessoas em embarcação que viajava para Belém
Durante aproximadamente três horas, cerca de 140 passageiros e a tripulação da embarcação “Luzeiro”, que deslocava-se do município de Muaná para Belém, tiveram que conviver com o medo, entre o final da noite de anteontem e o início da madrugada de ontem.Esse sentimento foi provocado por um grupo de assaltantes que invadiu a embarcação e efetuou um assalto. Felizmente, ninguém ficou ferido.
Por outro lado, a maioria dos passageiros contabilizou um grande prejuízo. Dentre os ocupantes, estavam pessoas que viriam a Belém para realizar compras no comércio e acabaram sem capital (dinheiro) para cumprir seu objetivo.
Outros são cidadãos que exercem funções importantes no município de Muaná, como padre da paróquia, juiz, promotor e defensor público. Conforme os relatos de alguns passageiros, os assaltantes entraram na embarcação cerca de 45 minutos após a saída de Muaná. A abordagem ocorreu através de uma “rabeta” (pequena embarcação a motor), no Furo do Arrozal, em Barcarena.
Praticamente todos os passageiros foram revistados por eles, que estavam munidos de facões e revólveres. No entanto, nenhum dos bandidos foi identificado pelas vítimas.
Maria de Jesus da Costa Matos, de 39 anos, foi uma das poucas pessoas que não chegou a ser revistada pelos assaltantes. A viagem dela para Belém tinha como intuito adquirir produtos para comercializar no estabelecimento comercial que gerencia com o seu marido, no município de Muaná.
No instante da ação dos bandidos, ela se encontrava em um dos andares de cima da embarcação. Apesar disso, Maria conseguiu ouvir os gritos dos bandidos. “Eles mandaram todo mundo ficar no chão, porque era um assalto.
Depois, eles disseram que era para os homens descerem e as mulheres ficarem nas redes”, relatou. Maria relembra a principal ordem emitida pelo grupo. “Eles diziam que era pra todo mundo passar todo o dinheiro e celular”. Após a saída dos assaltantes, ainda de acordo com Maria de Jesus, uma mulher identificada por ela apenas pela cor dos cabelos (loiros), se direcionou a uma adolescente de 13 anos e a acusou de estar envolvida no assalto. “Essa ‘loira’ gritava que a menina estava todo tempo olhando (observando) ela”.
Por coincidência ou não, um policial que estava na embarcação afirmou que o filho de Maria de Jesus, Mizael da Costa Matos (18) também estaria envolvido nos planos do grupo. Um outro indivíduo, que não foi identificado, também foi apontado como cúmplice da quadrilha.
Na chegada a Belém, os três foram imediatamente levados para a Delegacia Fluvial, que fica na sede da DRCO, no bairro da Pedreira, para que prestassem esclarecimentos à polícia.
Maria de Jesus informou ao DIÁRIO que seria a segunda vez que seu filho viria a Belém. “A única vez foi para tirar documentos. Dessa vez, ele vinha me acompanhar nas compras”, garantiu.
A comerciante argumentou ainda conhecer a adolescente de 13 anos por residir na mesma rua que ela em Muaná. Quanto ao seu filho, Maria diz ter convicção que ele possui boa índole, e não tem antecedentes criminais.
Uma tia da adolescente de 13 anos também esteve na Delegacia Fluvial. Ela comentou que policiais a informaram que sua sobrinha seria ouvida pelo delegado titular da unidade e, em seguida, seria liberada.
Ao DIÁRIO, Catarina confirmou que a adolescente já foi detida pela polícia algumas vezes no município de Muaná, mas nenhuma acusação foi comprovada contra ela.
PREJUÍZO
De acordo com um levantamento prévio da polícia, um dos passageiros amargou um prejuízo de R$ 10.000,00 com o assalto. Contudo, as autoridades policiais se restringiram somente a repassar esta informação.
No que diz respeito às circunstâncias do assalto e o número de bandidos, a polícia preferiu manter sigilo.
TENSÃO
O momento mais tenso, segundo testemunhas, foi quando os assaltantes desconfiaram que havia um policial na embarcação, quebraram camarotes e, em seguida, fugiram.