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Imbituba recebe novos investimentos

A reta final das obras de duplicação da BR-101, no Sul de Santa Catarina, marcam nova fase para o porto de Imbituba, que entra em um ciclo de investimentos estimado em mais de R$ 400 milhões.

Além da dragagem de aprofundamento do canal de acesso - o calado passará de 11 metros para 14,5 metros -, uma obra orçada em R$ 55 milhões, haverá também a revitalização dos berços de atracação e atualização tecnológica, a partir do contrato de arrendamento com a Santos Brasil ,em 2008.

Com os investimentos, que devem ser concluídos em outubro deste ano, a Santos Brasil quer ganhar condições de disputar o mercado com os portos da região - apenas em Santa Catarina, há outros quatro em operação -, principalmente no segmento de carga em contêineres.

Segundo Caio Morel, diretor-administrativo da companhia, a expectativa é multiplicar por dez a movimentação nos próximos três anos. Em 2010, foram 30 mil TEUS (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e deve chegar a 300 mil até 2015.

Com um modelo de funcionamento diferente dos demais portos no Brasil, o terminal de Imbituba é público, mas a administração é privada. A concessão para a Docas de Imbituba, que administra o porto há 88 anos, está prevista para se encerrar em dezembro de 2012, mas a companhia acompanha a elaboração da modelagem do novo contrato de licitação.

Segundo Jeziel Pamato de Souza, administrador da Docas, a fase é de otimismo e prosperidade para o porto. A história da família de Jeziel se confunde com a do terminal de Imbituba. Antes dele, o pai, o avô e o bisavô trabalharam na administração do porto.

Fundado em 1922, o porto de Imbituba nasceu com a finalidade de atender à produção de carvão da região e chegou a movimentar cerca de 4 milhões de toneladas anuais na década de 80. A dependência da mercadoria levou o terminal a entrar em colapso quando, em 1987, o governo federal reduziu as alíquotas para importação do insumo e retirou o subsídio que mantinha a competitividade do carvão na região.

Segundo Jeziel, no começo da década de 1990 a administração buscou alternativas de carga. Em 1995, chegou a ter linha semanal para a Costa Leste dos EUA, enviando calçados, entre outros produtos.

Um novo revés para as exportações brasileiras, em meados da década de 90, levou o porto a reduzir drasticamente a movimentação. Em 2002, havia 600 processos trabalhistas contra o terminal.

Atualmente, o porto conta com 60 funcionários diretos que trabalham na administração. Com a licitação realizada e com os R$ 120 milhões pagos pela Santos Brasil, arrendatária dos terminais de contêineres (Tecon Imbituba) e de cargas soltas pelos próximos 25 anos, o porto entrou em nova fase.

No contrato, a empresa teria de investir na revitalização de 110 metros de cais, mas vai entregar 410 metros quando as obras se encerrarem. Na primeira fase de investimentos, encerrada em novembro do ano passado, foram liberados 300 metros de cais. Está prevista a conclusão de 660 metros de cais totalmente reestruturados em outubro deste ano.

Na próxima semana, o Tecon Imbituba recebe dois guindastes, capazes de operar até dois contêineres de 40 pés cheios ou quatro de 20 pés simultaneamente. Segundo Morel, da Santos Brasil, o investimento nas máquinas foi de cerca de US$ 19 milhões.

Para o diretor-administrativo da Santos Brasil, o porto de Imbituba ganha vantagem, porque terá calado de 15 metros e capacidade de receber embarcações de grande porte - de 310 a 330 metros de navios.

A demonstração de confiança no futuro do porto de Imbituba levou a Santos Brasil a arrematar um terreno de 2,2 milhões de m2 localizado a 6 km de distância do terminal. A área fica em frente à BR-101 e será usada para apoio logístico aos terminais de contêineres e de carga geral arrendados pela companhia.

Segundo Morel, o projeto, para 2011, é investir em câmaras de armazenagem frigorífica e de contêineres, pátio regulador e de movimentação de cargas. O investimento na aquisição da área foi de R$ 22 milhões.

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