Notícias


Ibama multa em R$ 6 mi empresa

Em contêineres, fiscais encontraram 46 toneladas de lençóis e fronhas usados em hospitais dos EUA

São Paulo. A Império do Forro de Bolso, empresa que importou lixo hospitalar dos EUA, foi multada em R$ 6 milhões pelo Ibama por danos ambientais. O órgão também autuou em R$ 2 milhões a operadora de transporte marítimo Hamburg Süd, que levou a carga até o porto de Suape (PE).

Em contêineres da empresa, fiscais encontraram 46 toneladas de lençóis e fronhas usados com inscrições de hospitais dos EUA. Quatro dias após a apreensão, lençóis similares eram vendidos pela Império do Forro de Bolso em Santa Cruz do Capibaribe (205 km de Recife).

A multa foi dividida entre três lojas da empresa, com R$ 2 milhões para cada: Caruaru e Toritama, além de Santa Cruz - polos da indústria têxtil no interior de Estado. Nas lojas, fiscais encontraram 25 toneladas de lençóis e fronhas.

O Ibama também defende que o material apreendido no porto seja devolvido aos EUA. A medida depende, porém, de acordo entre os dois países. Já a carga apreendida nas lojas não pode ser devolvida, diz o órgão, que estuda incinerá-lo.

O dono da Império do Forro de Bolso, Altair Moura, afirmou, em entrevista anterior, que não comprou material usado, mas tecidos novos com defeito. "Mandaram mercadoria que eu não comprei".

Moura, que não foi localizado para comentar a multa, disse que o material apreendido nas lojas, importado anteriormente, é de tecidos novos. A Vigilância Sanitária aguarda resultados de exames para determinar se o material das lojas pode ser considerado lixo hospitalar.

Surpresa

A Hamburg Süd informou que está "surpresa" com a multa e que a responsabilidade por checar o conteúdo declarado é das autoridades. A Lençóis do Brasil, uma das instituições brasileiras cujos lençóis foram comprados em Teresina disse ter identificado a origem do material.

A Famema (Faculdade de Medicina de Marília) afirmou que o lençol não chegou a ser usado e foi devolvido à fábrica Gigantex em outubro de 2010, por ter falhas. A reportagem não conseguiu contatar a Gigantex.

O advogado do importador, Gilberto Lima, diz que o Ibama se antecipou ao fazer a acusação, "não teve a cautela de esperar o laudo do IC" para comprovar se os tecidos estão contaminados. "São tecidos limpos e novos, sobras de diversas fábricas norte-americanas e que serviam de matéria prima para fazer forro de bolso", diz ele.

  •   Av. Coronel Eugenio Muller, 383 - Centro, Itajaí - SC
  •   (47) 3241-9100 | (47) 98805-3702
  • ogmo@ogmoitajai.com.br