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Volvo Ocean Race: Chegada dos barcos a Itajaí deve atrasar

Na Volvo Ocean Race é comum dizer que a etapa que leva até a parada brasileira é sempre a mais difícil para os velejadores, pelo percurso que envolve as altas ondas e os ventos dos mares do sul, além da passagem pelo temido Cabo Horn. Nesta edição da regata de volta ao mundo, essa afirmação ganhou ares dramáticos. Na quinta etapa, entre Auckland, na Nova Zelândia, e Itajaí, no litoral de Santa Catarina, só um barco não teve problemas: o francês Groupama, que tem previsão de chegada para o dia 6 de abril, dois dias depois da data estipulada. O barco está a cerca de 4.800km da cidade catarinense de um total de 12.424km.

Entre os outros cinco concorrentes, quebras nos barcos e lesões em velejadores se acumulam. Segundo colocado, o Puma é o menos afetado no grupos dos que sofreram nos mares do sul. O veleiro comandado pelo norte-americano Ken Read ainda está intacto, mas sua tripulação não. Ainda no começo da etapa, o proeiro Casey Smith machucou as costas em uma troca de velas e o timoneiro Thomas Johanson deslocou o ombro após ser derrubado por uma onda. Casey Smith se recuperou com remédios, mas Thomas Johanson, após um dia em repouso, não respondeu a medicação e o velejador-enfermeiro a bordo, Jono Swain, teve de recolocar o ombro do companheiro no lugar, auxiliado pelos médicos da Puma, que deram as instruções por telefone para o tratamento. Os dois se recuperaram.

Onda gigantesca provoca danos estruturais

Líder da classificação geral, o espanhol Telefónica é o terceiro colocado na etapa, mas deve perder em pouco tempo essa condição. O time sofreu, durante o último fim de semana, delaminação (quando as camadas de fibra de carbono que formam a estrutura do barco se rompem) no casco causada pelo choque com uma onda gigantesca. Os danos são tão sérios que os espanhóis já anunciaram uma parada em Ushuaia, na Argentina, para que a equipe de terra faça os reparos. O brasileiro Horárcio Carabelli, diretor técnico do Telefónica, já está na Terra do Fogo, aguardando o veleiro.

Quarto colocado na etapa, o Camper vai fazer o mesmo. O time também tem danos estruturais: uma antepara (peça que fica transversal ao barco e garante sustentação estrutural) na prova rachou. Com isso, está velejando em direção a Puerto Montt, no Chile, para os reparos.

Com águas calmas e sem muitas ondas, conseguimos velejar com cerca de 90% do nosso potencial. Queremos maximizar essa oportunidade para chegar o mais rápido ao Chile, sem forçar muito o barco", explicou Hamish Hooper, tripulante de mídia da equipe, responsável por enviar as notícias da equipe.

Já o Abu Dhabi aparece em quinto lugar, mas deve ganhar algumas posições nos próximos dias: o veleiro quebrou logo nas primeiras horas da regata, também com rachaduras em uma antepara, voltou para a Nova Zelândia imediatamente e largou com atraso. Atualmente, está a 1.300 milhas náuticas do líder Groupama, mas não precisará parar, como dois dos veleiros que estão a sua frente.

A pior situação é a do Sanya, que nem mesmo virá ao Brasil. O time chinês chegou a liderar a etapa, mas também sofreu com as altas ondas e teve avarias graves no leme. O time voltou para a Nova Zelândia e, como esse imprevisto atrasou muito o cronograma, o barco será levado, de cargueiro, diretamente para os Estados Unidos. O objetivo do time é voltar a competir na regata de porto de Miami, marcada para o dia 19 de maio.

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