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Vendas do Brasil para a Argentina caíram 17% em março

BUENOS AIRES

O Brasil puxou a queda das importações na balança comercial da Argentina em março, segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira pelo INDEC, o instituto de estatísticas do país. Em decorrência das barreiras comerciais criadas desde fevereiro, as vendas brasileiras para a Argentina caíram 17% em março, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foram exportados para o mercado argentino US$ 1,464 bilhão, ante US$ 1,753 bilhão em março de 2011.

É a maior variação percentual no comércio externo da Argentina com países e blocos econômicos, de acordo com a divulgação do governo. A segunda maior retração ocorreu com os países do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que reduziram suas vendas em 14%. No caso do Chile, houve queda de 10%. Nos países da Ásia, houve retração de vendas de 3%. As importações da Argentina subiram 6% em relação à União Europeia.

O relatório mostra que no primeiro trimestre de 2012 houve queda de 10% nas vendas brasileiras, que recuaram para US$ 4,219 bilhões, ante US$ 4,699 bilhões no primeiro trimestre do ano passado.

As exportações da Argentina para o Brasil também caíram, em função da redução da atividade da indústria brasileira, e não de barreiras extra-alfandegárias. De acordo com o relatório, houve queda de 3% no trimestre, passando de US$ 3,858 bilhões para US$ 3,738 bilhões. No último mês, essa queda se acelerou, com recuo nas vendas argentinas de 5%.

Em termos globais, a Argentina teve um corte de importações de 8% em março, na comparação com o mesmo mês de 2011. As compras do país ficaram em US$ 5,199 bilhões. As exportações argentinas no mês foram de US$ 6,276 bilhões. O relatório do INDEC mostrou que o país reduziu suas compras em todos os segmentos da economia, inclusive naqueles em que existe grande déficit atualmente, como no setor energético. A Argentina vive uma fase de restrições comerciais desde 1° de fevereiro, quando o governo passou a exigir dos importadores a apresentação de uma declaração jurada, que precisa ser aprovada por diversos órgãos da administração.

Na prática, a medida representou a extensão para toda a economia do país do regime de licenças não automáticas. A redução das compras argentinas de forma brusca produziu nos últimos dias até mesmo uma paralisação no porto de Buenos Aires, promovida pelos sindicatos de estivadores, preocupados com a redução da atividade e com possíveis demissões.

 

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