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Greve da ANVISA ameaça portos e até recebimento de rancho pelos navios

O Porto de Paranaguá, no Paraná, pode parar se os servidores da Anvisa não voltarem a emitir certificados de livre prática, que permitem a entrada e a saída de produtos e tripulação das embarcações, abastecimento e operação. Ontem, 119 navios aguardavam ao largo para atracar.

Nem todos esperam a licença. Alguns chegaram a Paranaguá antes da greve e conseguiram o documento. Mas não se sabe quantos são. Além disso, há outros navios chegando: 23 são esperados até amanhã.

Eles podem engrossar a fila de espera, que começou antes da greve em razão do escoamento do alto volume da produção de grãos, da importação de fertilizantes e das chuvas, que impediram o funcionamento normal do porto por 22 dias.

Prejuízos já são registrados no Terminal de Containers, segundo o Diretor-Técnico da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Paulinho Dalmaz. Até agora, onze navios deixaram de atracar.

“Se a situação permanecer, é possível que, a partir de segunda-feira (hoje), haja prejuízo também no corredor de exportação, que carrega soja, milho e farelo e descarrega fertilizante”, alerta.

Solução

É aguardada para hoje uma posição da Justiça sobre o mandato de segurança, impetrado na última quarta-feira pelo Sindapar (Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Paraná), solicitando a emissão dos certificados.

O Presidente do Sindicato Argyris Ikonomou argumenta que não há garantia de que a Anvisa esteja cumprindo o mínimo de 30% de trabalhadores atuando em serviços essenciais, conforme legislação. “Eles até podem estar, mas não atendem o que é essencial, como o recebimento de pedidos e concessão do certificado de livre prática”, diz.

A assessoria da Anvisa informou que “o quantitativo é mantido, mas que alguns procedimentos ficam lentos ou deixam de ser feitos”.

Pode faltar comida para os tripulantes

Sem o certificado da Anvisa, nada nem ninguém pode entrar ou sair dos navios. “Nem comida para a tripulação entra. Além disso, pode ocorrer um apagão porque pode faltar combustível para gerar energia elétrica e o navio ficar desgovernado”, afirma Argyris Ikonomou. “É justamente por esse motivo que se considera como essencial a concessão do certificado de livre prática pela Anvisa”, diz ele.

“São situações extremas, mas que podem acontecer se não se resolver rapidamente essa situação”, alerta.

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