Mercado reduz previsão de crescimento do PIB em 2012, mostra Focus
Analistas do mercado continuaram a reduzir a estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2012, apesar dos sinais positivos de alguns indicadores divulgados na semana passada.
A mediana das projeções para o PIB no boletim Focus, do Banco Central, coletadas junto a mais de cem instituições, recuou – pela terceira semana consecutiva - de expansão de 1,81% para 1,75%.
Para 2013, a projeção do PIB foi mantida em 4% de crescimento.
Na semana passada, o BC informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,75% em junho, ante o mês anterior, com ajuste, em linha com as expectativas do mercado, depois de ter recuado 0,014% em maio. Foi a variação mais alta do indicador desde março de 2011, quando marcou expansão mensal ajustada de 1,47%.
Outros indicadores mostraram crescimento do emprego em julho e do consumo em junho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo ampliado e restrito subiram 1,5% e 6,1%, respectivamente, na comparação dessazonalizada com maio.
Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou criação líquida de 142,5 mil empregos em julho, 1,37% mais que no mesmo período do ano passado.
Indústria
Junto com o PIB, as expectativas para a produção industrial seguem se deteriorando no Focus. A mediana das estimativas para 2012 recuou de uma contração de 1% prevista na semana passada, para queda de 1,2%, décima segunda queda consecutiva nas projeções. Para 2013, contudo, a mediana subiu de uma expansão de 4,30% para 4,40%.
Na semana passada, como mais uma tentativa de estimular a retomada da atividade econômica do país, o governo anunciou concessões de 7,5 mil km de rodovias e 10 mil km de rodovias à inciativa privada.
Inflação
As expectativas do mercado financeiro para a inflação neste ano continuam a se deteriorar. A mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) em 2012 subiu de 5,11% para 5,15%. Foi a sexta elevação consecutiva nas projeções, que há um mês estavam em 4,92%.
Para 2013, contudo, as apostas se mantiveram em 5,50%.
O grupo Top 5 – analistas que mais acertam as previsões – manteve a previsão para o IPCA em 5,15% neste ano, e em 5,50% em 2013 (mediana de médio prazo).
Juro
Os analistas em geral não alteraram suas apostas para o juro. A mediana para a Selic ao fim deste ano se manteve em 7,25%. O Top 5 ficou mais conservador e elevou sua expectativa para o juro no final deste ano, de 7,00% para 7,25%, também na mediana de médio prazo.
O mercado continua a apostar que o Copom vai reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual na reunião dos próximos dias 28 e 29 de agosto. A taxa está atualmente em 8,0%.
Para o fim de 2013, a mediana das projeções cedeu de 8,50% para 8,38%. O Top 5 também reduziu suas estimativas para a taxa Selic no ano que vem, de 8,75% para 8,63%.
Câmbio
Analistas do mercado financeiro mantiveram pela segunda semana consecutiva suas projeções para a taxa de câmbio ao final de 2012 e de 2013 em R$ 2,00, mostra o boletim Focus.
Na semana passada, o dólar acumulou leve alta e fechou negociado a R$ 2,015 na sexta-feira. Foi mais um período de limitada oscilação de preço, em que a moeda variou muito estreitamente em torno dos R$ 2,0.
Balança comercial
O boletim Focus mostrou que as projeções para o saldo da balança comercial em 2012 também foram mantidas em US$ 18 bilhões. Para 2013, houve pequena alta de US$ 14,20 bilhões para US$ 14,78 bilhões.
As estimativas para o investimento estrangeiro direto (IED) continuaram em US$ 55 bilhões em 2012 e em US$ 60 bilhões em 2013.
A mediana das projeções para o déficit em conta corrente em 2012 segue em queda. Saiu de US$ 59,25 bilhões para US$ 58,63 bilhões. Há um mês estava em US$ 62,15 bilhões. Para 2013, a estimativa ficou em US$ 70 bilhões.
A expectativa para a dívida líquida do setor público em 2012 passou de 35,20% do PIB para 35,27%. Em 2013, seguiu em 34%.