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Saldo comercial em queda é sinal de alerta

Há muitos sinais de preocupação quanto à economia brasileira. O mais recente é o saldo comercial, de US$ 19,4 bilhões, 34,8% abaixo do registrado em 2011, o menor desde 2002. O que deixa analistas de cabelos em pé é que o mau resultado no comércio externo ocorre em fase de redução nas exportações de itens industrializados e ainda de valorização de bens primários- houve queda recente do minério, mas alta na soja.

E, para confirmar o sinal amarelo, o país tem déficit em transações correntes – que é a soma de todo o relacionamento com o exterior – estimado em US$ 52 bilhões. Esse buraco será compensado pela entrada de capital externo, mas esse capital um dia sairá, seja pelo retorno ao país de origem ou mais parcimoniosamente, através de juros, dividendos e royalties.

 

Embora o ministro da Fazenda, Guido Mantega, preveja expansão do PIB acima de 4% para este ano, persistem muitas dúvidas. Em 2012, o Governo não conseguiu investir nem 60% do que estava autorizado a gastar e, quanto ao setor privado, houve retração de 6% nos investimentos.

Alguém pode garantir que esse espírito mudou para 2013? Infelizmente, não. O Governo federal confunde a opinião pública, pois anuncia aplicações em diversos setores, sem deixar claro o que é público e o que é privado. Quando se estuda melhor a questão vê-se que quase tudo seria dinheiro privado. Mas os privados estão reticentes.

 

Particulares propensos a investir em exploração de petróleo estão inquietos, pois há seis anos não há uma licitação para exploração de novas áreas, jejum que poderá – ou não – acabar em maio próximo. No setor de energia, Dilma Rousseff anuncia corte de 20% nas tarifas, o que é ótimo, mas acionistas da Eletrobrás mostram desalento, o que é péssimo.

Em portos e aeroportos, o governo tentou agradar ao setor privado, mas a mudança nas regras do jogo gera apreensão. E, o que é pior, empresários comentam que, apesar da influência de Jorge Gerdau sobre a presidente Dilma, o atual governo passa mensagem de que é contrário ao lucro, ou seja, ao estímulo básico para investimento de particulares. A inflação em torno de 5,7% é alta e a economia cresce pouco.

O mercado externo está pouco receptivo e a opção pelo trem-bala transmite a sensação de que o Governo não se move por racionalidade, uma vez que gastos públicos essenciais são constantemente adiados ou cancelados.

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