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As ligações perigosas de Pedro Brito

Diz um provérbio chinês que “se não queres que ninguém saiba, não o faças”. A Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF), vem para comprovar o ditado. E hoje sabemos que o ex-ministro dos Portos, Pedro Brito (foto acima), em telefonema em 16 de novembro passado, interceptado pela PF, mantém relacionamentos bem “amistosos” com a iniciativa privada do setor portuário, chegando a referir-se a projetos empresariais no Porto de Santos (SP) como “nosso”.

Quem pensou que Brito sofreu revés ao ser substituído na SEP (Secretaria de Portos) por Leônidas Cristino, no governo Dilma, enganou-se. O ex-ministro hoje, estrategicamente, e ainda com mais poder, é diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), que praticamente “dá” as cartas nos portos nacionais.

Lembrando, também, que Brito saiu da SEP, mas a diretoria da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), administradora do complexo portuário santista, indicada por ele, foi mantida. Nada é por acaso, diriam os nossos avós. Ou, uma figura ainda mais reveladora da situação denunciada pela Operação Porto Seguro, “vão-se os anéis, ficam-se os dedos”. E que dedos!

Em corredores governamentais em Brasília alguns acreditam que a permanência de Brito na agência reguladora é quase que insustentável. Avaliam que muita coisa ainda há de aparecer com a continuidade das investigações da PF, e sua Operação Porto Seguro.

Portogente denunciava há muito tempo, e não queremos ter mérito nisso, gostaríamos que tudo o que mostramos fosse mentira; mas hoje a operação da PF já não consegue esconder a “farra” realizada entre pareces, licitações esquisitas, acordos discutidos entre quatro paredes e muito mais no Porto de Santos, favorecendo a iniciativa privada em detrimento da ordem institucional, jurídica, moral e ambiental do País

 

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