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Ex-presidente da Ferroeste diz que privatização reduziu malha ferroviária brasileira

Em entrevista ao Monitor Mercantil, Samuel Gomes, ex-presidente da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A (Ferroeste, estatal paranaense) e membro da Rede de Especialistas Ibero-Americana em Infraestrutura e Transportes (Rei), faz um “raio X” sobre a situação dos trilhos no País e critica a nova lei dos portos.

Segundo ele, desde 1997, quando foi privatizada, a malha ferroviária brasileira foi reduzida em dois terços, passando de 28 mil km de extensão para os atuais 10 mil km.

Os investimentos não deslancham e o preço do frete, cuja média costuma ser inferior em 30% aos custos do transporte rodoviário, no Brasil chegou a superar em 110% aquele cobrado pelos caminhoneiros, já incluído o preço do frete.

Por este motivo, ele avalia que está enganado quem acredita que a privatização dos portos vai trazer investimentos para o setor e reduzir o chamado “custo Brasil”.

Na opinião do especialista, o Brasil vive momento semelhante ao do século XIX, quando os ingleses dominavam amplamente o transporte de cargas no país.

 

“Nenhum grande porto do mundo funciona nesse modelo. O Brasil quer inovar sem nenhuma referência à experiência dos principais portos, que passaram por um longo período de amadurecimento. Um dos piores defeitos da MP é a possibilidade de os armadores se tornarem concessionários. Eles já dominam o frete no mundo e, ao controlarem vários elos da cadeia, poderão alterar os componentes dos custos. Além disso, estarão livres para determinar os portos que serão utilizados por exportadores e importadores.”

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