O fim da farsa do pleno emprego
Em setembro de 2009 denunciamos, neste mesmo espaço, a grande farsa do emprego no Brasil.
Em janeiro de 2013 voltamos ao assunto. Estávamos muito indignados com o que estava acontecendo: o governo mentindo descaradamente, e os economistas, empresários, jornalistas, quase calados.
Pouca ou nenhuma contestação, num mistério digno da entrada em cena de Sherlock Holmes. Medo, talvez?
Praticamente, apenas nós batíamos no assunto, dizendo que era tudo uma grande mentira.
Não havia como o País ter apenas cerca de 5% de desemprego – e criando entre 2 a 3 milhões de empregos a cada ano.
Com tanto emprego, o Brasil teria de crescer muito mais do que o que tem crescido, e não os cerca de 4% da década passada ou os 2% de média desta década.
Portanto, dizíamos, a criação de tanto emprego era uma farsa.
Estavam mentindo, e a contagem teria que ser de admissões,desconsiderando as demissões.
Ou apenas a transformação de emprego informal em formal. E se era um dos dois casos, isso é crime.
No primeiro caso, por escamotear a verdade da sociedade e no segundo, por não controlar e multar as empresas pelo emprego informal.
Agora, nos últimos dias, nos demos conta da realidade do País. Aliás, mais uma realidade escondida no armário dos esqueletos indesejáveis.
Em primeiro lugar, pelo desemprego não ser o sempre divulgado, mas de 7,5%.
O que é apontado pelo novo método de pesquisa do IBGE, que é o PNAD Contínuo – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, trimestral – e que substitui o PME – Pesquisa Mensal de Emprego.
Segundo o PNAD, 38,5% da população em idade de trabalhar não têm ocupação nem procura emprego.
Ou seja, 61,3 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais não trabalham nem buscam ocupação.
E, por isso, não entram na estatística do desemprego, deixando o índice tão baixo, digno de países primeiro mundo em tempos de bonança.
Nenhum país poderia criar tanto emprego, ter tão poucos desempregados e não crescer, com um dos piores índices de crescimento do mundo.
A média é de 2,5% nos últimos 33 anos, desde 1981, enquanto a China apresentou, desde 1979, 9,9% de média de crescimento econômico.
Assim, como muitos indicadores, cai agora também a máscara do pleno emprego.
E enquanto a população não reconhecer os erros do governo, não reconhecer que o que temos não é real, mas mera fantasia, as coisas não melhorarão.
Enquanto dermos bolsas- esmola para mais de 60 milhões de pessoas, o equivalente, por coincidência, aos que não tem ocupação, nada melhorará.
Não haverá como ter mais emprego de fato, real, produtivo. A previsão de crescimento econômico brasileiro acaba de ser rebaixada, para 2014, para 2,5%, enquanto o do mundo acaba de subir para 3,7%.
Há algo de podre no Reino do DinBrasil. Para termos crescimento, precisamos de emprego. E, para isso, precisamos de redução da carga tributária e da redução drástica da taxa de juros.
Inflação se combate com um conjunto de medidas econômicas e não com juros, ou apenas com juros.
Vide a taxa de juros no mundo, que é negativa hoje. E o mundo está crescendo, na média, muito acima de nós.
Os países em desenvolvimento estão dando de goleada na gente. E a inflação no mundo é de nos dar inveja.
Crescimento se faz com economia aberta, com investimento. Com consumo.
E isso só é possível com emprego. Quem trabalha, consome. Quem não trabalha, retira da sociedade o pouco que ela faz. Também tira o incentivo do trabalho, da produção, do investimento.
Por isso, nenhum país socialista ou comunista deu certo, e sempre teve parco crescimento.
E, por gentileza, não citem a China. A China teve a inteligência de perceber, em 1979, o que não vimos até agora.
Que o socialismo pode até ser bom politicamente – é óbvio que não é – mas não o é economicamente.
Neste quesito, a China é uma economia capitalista, de mercado, para desespero dos que não aceitam isso. É o maior exportador e importador do mundo.
Portanto, povo brasileiro, é hora de despertar. É hora de trabalhar. Hora de parar de se iludir.
De deixar governar quem não tem competência para tal. E isso é um problema puro de educação.
Temos um sistema educacional que deseduca. Que não dá condição de raciocinar, de ver o que está errado.
Acorda Brasil, já passou da hora.
É hora de perceber quem está contigo e quem está contra.
Ser chegado, dar tapinha nas costas, dar dinheiro, não significa ser amigo. Ao contrário, significa o inimigo.
Aquele que quer mantê-lo na coleira, dependente.
Acorda, Brasil!