Para onde vai o nosso comércio exterior
De 2000 a 2013, as exportações brasileiras passaram de US$ 55 bilhões para US$ 260 bilhões, o que resultou num aumento de 0,9% para 1,3% em nossa participação no comércio mundial, ou seja, houve um ganho de 40%.
Levando em conta o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB), é claro que essa participação ainda é pequena e tenderia a crescer nos próximos anos, apesar de todos os problemas que existem na infraestrutura logística que comprometem a eficiência das operações e a competitividade dos produtos.
A avaliação é do empresário Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional, para quem não se pode minimizar a participação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex-Brasil) nesse crescimento, com sua presença em feiras internacionais, ao lado dos exportadores nacionais.
“A verdade é que esse crescimento poderia ter sido maior e talvez a nossa participação no comércio mundial estivesse ao redor de 2%”, observa.
Ele lembra que, no começo deste século, o Brasil exportava aeronaves, aço e calçados para os Estados Unidos.
E, hoje, além desses produtos, vende combustíveis e equipamentos elétricos. Lourenço, todavia, critica, que, em razão de um viés ideológico que remonta aos tempos da Guerra Fria (1945-1991), o governo deixou de aproveitar as oportunidades que se desenharam com a discussão a respeito da projetada Área de Livre Comércio das Américas (Alca), trabalhando diplomaticamente para o fracasso das negociações.
“Enquanto os Estados Unidos, o maior mercado do planeta, saíam em busca de outros acordos de livre comércio, o Brasil fechou-se, apostando na Rodada Doha, que defendia o estabelecimento de regras através da Organização Mundial do Comércio (OMC).”
Para ele, o que salvou o País de amargar déficits em sua balança foi mesmo o crescimento vertiginoso das exportações de matérias-primas, como soja e minério para a China, e de carne bovina e de frango e açúcar para o Oriente Médio.
No entanto, Lourenço espera que o próximo governo adote uma visão mais utilitarista.
“Isso significa ampliar os laços comerciais com os Estados Unidos e outras economias de grande expressão. Se não for assim, o País corre o risco de ficar a reboque dos grandes acordos que estão em gestação, limitado a cumprir regras estabelecidas por outras nações”, sentencia.