Embarque lento de soja causa espera de caminhoneiros no Porto de Imbituba
O movimento intenso de caminhões no Porto de Imbituba, região Sul do Estado, deve terminar neste domingo.
Desde a semana passada, motoristas com cargas do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul precisam esperar cerca de quatro dias para descarregar soja na empresa de estocagem Fertisanta.
Na segunda-feira, os caminhões estacionados no acostamento da avenida Marieta Konder Bornhausen, que dá acesso ao porto, formaram uma fila de cinco quilômetros.
Para resolver o problema, a empresa Fertisanta e a administração do porto abriram um novo pátio de triagem em um posto de gasolina próximo, além do antigo, que já estava sendo usado pelos motoristas.
A avenida foi liberada nesta sexta-feira, mas os caminhoneiros reclamaram do aumento do preço da diária de R$ 18 para R$ 40, e o da refeição de R$ 8 para R$ 15, no antigo pátio de triagem.
O diretor da Fertisanta, empresa que comprou 60 mil toneladas de soja para carregar dois navios, afirmou que o descarregamento vai até domingo, quando o movimento estará encerrado.
O motorista Marcelo Cadilhac, que carregou soja em Mato Grosso e esperou quatro dias em Imbituba para descarregar, protestou contra a estrutura da empresa.
Segundo ele, cada operação leva uma hora e por isso são descarregados somente 30 veículos por dia.
Cadilhac faz uma comparação com o porto de Rondônia, que conseguiria descarregar 30 caminhões por hora.
— Não posso aceitar dormir na rua, sem comer e sem tomar banho. Tomamos banho de cueca em uma obra, foi o único lugar que achamos aqui — lamentou o motorista.
Contrariando afirmações de que a Fertisanta teria sido responsável pelo problema por ter feito um pedido acima da sua capacidade de armazenagem, o diretor Pedro Kuzniecow disse que, na verdade, o transtorno começou na lavoura de soja.
— Há cerca de 15 dias, o Mato Grosso teve um período de chuvas e não conseguiu colher a soja. Já tínhamos contratado 60 mil toneladas do grão, então a entrega se concentrou em um período muito curto de tempo — afirmou.
O diretor, que enviará a soja para duas multinacionais, diz que o movimento de cargas no porto de Imbituba será alto durante todo o ano.
Só a Fertisanta estima receber 600 mil toneladas de soja em 2014.
O presidente do porto, Rogério Pupu, disse que as mudanças na gestão do terminal, que hoje é de responsabilidade do governo do Estado, aumentaram a capacidade do porto.
Segundo ele, janeiro e fevereiro deste ano registraram um fluxo 51% maior de carga e descarga do que o mesmo período do ano passado.
Pedro Kuzniecow garantiu, contudo, que a espera de dias para descarregar não voltará a acontecer. Segundo ele, foi uma situação atípica, provocada pelo excesso de expedição de grãos no Mato Grosso.