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Porto: um escândalo!

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, prometeu ao governador Luiz Henrique que assinaria, neste fim de semana, os atos de convalidação do decreto de emergência em Itajaí. Com isto, o ministro especial dos Portos, Pedro Brito, poderá agilizar o processo no Tribunal de Contas da União para a aprovação do reajuste de 50% no contrato visando à continuidade das obras de reconstrução.

Geddel Vieira Lima está com o decreto de Luiz Henrique em sua mesa há mais de dois meses. Este documento é vital para qualquer solução ao gravíssimo problema do porto. Não é um portinho qualquer. É o segundo do país em movimentação de contêineres. O entrave burocrático – inaceitável para a urgência da obra – teria sido causado pela mudança na equipe do ministro. Não bate. A nova secretária nacional de Defesa Civil sabia do ato governamental. Esteve presente na audiência convocada pelo deputado José Carlos Vieira já em abril. Ou esqueceu, ou boicotou o decreto.

Há hipótese de motivação política nesta novela escandalosa. O ministro e o governador são do mesmo partido, o PMDB, é verdade. Mas estão em projetos opostos. Geddel trabalha como um leão pela aliança do PMDB com a candidatura de Dilma Rousseff. Luiz Henrique está fechado com José Serra.

Razões partidárias também estariam como causa subalterna nesta questão de relevante interesse público. No caso, o PT querendo torpedear a gestão do prefeito Jandir Bellini (PP), acertando tiro na testa do ex-deputado Amilcar Gazaniga.

O clima de indignação que vai se espalhando na população de Itajaí tende a respingar no PT e na candidatura Ideli Salvatti. Afinal, esta centralização absurda de Brasília é que mata administrador. Vejam: o projeto de reconstrução foi elaborado por Marcelo Salles e Arnaldo Schmidt na gestão do prefeito Volnei Morastoni (PT). Brasília mudou tudo. Reduziu a plataforma de 30 para 18 metros e a quantidade de entulho em um terço. Só as estacas é que passaram, depois, de 30 para 50 metros. Mas se tivesse sido aprovado o projeto original, as estacas estariam dentro do reajuste legal de 25%. E as obras não teriam sido suspensas, com prejuízos milionários para Itajaí e toda Santa Catarina.

A enchente aconteceu em novembro. Decorridos oito meses, o porto não foi reconstruído. Os operadores estão perplexos, escandalizados. A dinamarquesa Maersk tem dois terminais no Brasil: um em Fortaleza e outro em Itajaí. Opera em 125 países com seus 500 navios de contêineres. Tem 110 mil empregados, dos quais mais de 2 mil no Brasil. Dos 400 mil contêineres transportados no Brasil, 70 mil são refrigerados e atendem exportadores catarinenses.

Indignados com o que ocorre no Porto de Itajaí, estiveram reunidos com autoridades estaduais. Não conseguem entender – com razão – como um porto tão importante para a economia brasileira fica nesta dependência de decisões burocráticas. É realmente um escândalo verificar que um terminal da importância de Itajaí sirva de queda de braço partidária, política e até eleitoral. E que a solução dependa dessa irritante embromação federal e até da discutível competência de ministros.

Esses incompetentes estão sufocando a economia do Porto de Itajaí e maculando a imagem do Brasil no exterior. A vergonha, agora, é internacional.

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