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Brasil pode exportar até US$ 1,2 bi de carne bovina à China

Após anunciar que a China retirou o embargo que impunha à carne bovina brasileira, o ministro da Agricultura, Neri Geller, estimou nesta quinta-feira que as exportações do produto para o país asiático devem alcançar de US$ 800 milhões a US$ 1,2 bilhão em 2015.

O fim dessas restrições ao Brasil foi comunicado hoje pelo presidente da China, Xi Jinping, em reunião bilateral em Brasília.

Por conta de um caso atípico da “doença da vaca louca” no Paraná, divulgado no fim de 2012, a China suspendeu as importações de carne bovina brasileira.

Naquele ano o Brasil exportou US$ 37,7 milhões do produto à China, contra US$ 2,5 milhões em 2009, ano em que a carne brasileira abriu o mercado chinês.

“Com a quebra de barreiras sanitárias, em 2015, esperamos exportar até US$ 1,2 bilhão de carne [bovina] para a China, o que equivale a quase 20% das nossas exportações mundiais, de US$ 6,6 bilhões em 2013”, disse o ministro.

Com a reabertura do mercado chinês, a expectativa é de que as vendas de carne bovina para Hong Kong — que acabam sendo direcionadas para a China — recuem.

“Temos uma expectativa de que agora, com o fim do embargo, reduzam as exportações de carne bovina para Hong Kong, e as vendas diretas para a China cresçam consideravelmente, além do que nove plantas de frigoríficos estão aguardando habilitação nossa para produzir”, afirmou o ministro.

Segundo Geller, o crescimento da demanda chinesa por carne nos últimos anos e a capacidade de o Brasil de provar tecnicamente a segurança sanitária de sua carne foram os principais motivos para que a China decidisse pôr fim ao embargo.

No primeiro semestre de 2014, por exemplo, as importações totais da China de carne bovina cresceram 30% em relação aos seis primeiros meses do ano passado, citou o ministro.

Ele acrescentou que foi fundamental para o fim do embargo um entendimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que manteve o Brasil na classificação de “risco insignificante” com relação à doença.

“Daqui a 30 dias no máximo, deve haver um comunicado do governo chinês liberando o Brasil a exportar novamente para a China”, afirmou o ministro.

Conforme informou o ministério, o Brasil tem hoje oito frigoríficos ativos e habilitados para operação: cinco no Estado de São Paulo, um em Mato Grosso, um no Rio Grande do Sul e um em Goiás.

Além da China, o Peru e o Irã também anunciaram o fim de embargos à carne bovina brasileira. “O único país que ainda restringe a importação da nossa carne e que estamos negociando para reverter é a Arábia Saudita”, destacou Geller.

O ministro da Agricultura também informou que o Brasil deve conseguir em breve convencer a Rússia a encerrar o embargo que impôs à carne suína brasileira. Em setembro uma comitiva do ministério viaja até o país para tentar avançar nesse assunto.

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