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Crise se alastra por todo o país

Não há mais como tapar a realidade.

O país caminha para uma séria crise, cujo próximo passo será o aumento do desemprego.

Com juros básicos de 11% ao ano e juros reais exorbitantes – 238% no cartão de crédito de pessoa física e 34,8% no desconto de duplicatas para empresas – não há para onde fugir.

A Anfavea acaba de mostrar os números da indústria automobilística, que sempre foi dito ser a locomotiva do setor.

Foi o pior mês de julho desde 2007. Na indústria, o faturamento de junho foi 5,7% inferior ao de maio, e as horas trabalhadas caíram 3%.

E um grande consumidor de produtos brasileiro, a Argentina, está sem condições de importar, o mesmo ocorrendo com a Venezuela que, ao entrar no Mercosul, foi anunciada como ótimo mercado potencial para o grupo.

Desmente-se uma crise no setor imobiliário, mas os números são preocupantes.

Em São Paulo, passou de 5% para 15%, em um ano, o número de pessoas que desistiram de comprar apartamentos na planta, sujeitando-se a altas perdas, pois a devolução dos recursos aplicados não é tranquila como muito afirmam.

O índice aplicado pela construção, o INCC, anda acima da inflação oficial, o que desorganiza os orçamentos domésticos.

Fonte da coluna, conhecido como investidor em imóveis, diz que mede a crise pelos telefonemas que recebe de corretores conhecidos. “Quando o mercado está agitado, os corretores não me ligam, porque vendem de qualquer jeito. Quando a situação fica difícil, eles vão a suas agendas de telefones e voltam a ligar para os velhos compradores”, comentou.

No mercado de turismo, a crise é demonstrada pela queda nos preços.

Para se ir a Fortaleza ou a Miami, os preços estão em baixa, em todas as companhias e agências de turismo.

A mídia também não passou ao largo. O maior grupo de comunicação do Sul do país, a RBS – que representa a TV Globo em Porto Alegre – anunciou, esta semana, a saída de 130 colaboradores.

Com base em encomendas de Petrobras e Transpetro, a construção naval é uma exceção, mas não imune a problemas.

No Rio, o Eisa está fechado há dois meses – para preocupação do armador Log-In, da Vale, que encomendou sete navios e até agora só recebeu três unidades.

No Rio Grande do Sul, a crise da Iesa deverá ser resolvida com entrada de novo sócio, talvez a Andrade Gutierrez.

O novo governante – Dilma, com novo mandato, Aécio ou Campos – terá de por ordem na casa. Gasolina e energia elétrica receberão aumentos de tarifas e a subida do dólar será inevitável.

No ano que vem, a Secretaria do Tesouro Nacional vai ter de voltar aos tempos de Joaquim Levy – no Governo FHC – e passar a tesoura em tudo quanto é gasto, o que significará menos dinheiro em circulação.

Se há algo de bom em uma crise está no fato de que o Brasil deverá reduzir o número de embaixadas – muitas estão em países insignificantes, mas consomem dólares e euros – e cortar o número de ministros, hoje de 39 cidadãos, todos com altas mordomias.

Como disse Luiz Gonzaga Beluzzo, está difícil impedir uma recessão. O

utro economista, Paulo Guedes, é mais pessimista: “Há muitos preços críticos fora de lugar: juros elevados, câmbio baixo demais, combustíveis e eletricidade artificialmente baratos, encargos trabalhistas excessivos, encarecendo também o custo da mão-de-obra. Haverá em breve, logo após as eleições, choro e ranger de dentes”.

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