Perspectiva da indústria é de estagnação de crescimento até 2016
Para especialistas novo governo terá que colocar economia “no eixo” para depois promover novas concessões.
As obras de infraestrutura estimuladas pela Copa do Mundo, pela Olimpíada de 2016 e as concessões de rodovias e aeroportos deram impulso ao consumo interno de aço nos últimos cinco anos, mas para analistas e a indústria a perspectiva é de estagnação do crescimento pelo menos até 2016.
Segundo Bruno Rezende, da Tendências Consultoria, quem assumir o comando do país em 2015, terá que primeiro botar a economia nos eixos, para depois pensar em promover novas concessões.
De acordo com a Tendências, nos últimos cinco anos a participação dessas obras de infraestrutura no consumo total de vergalhão, perfil estrutural e barra de aço no mercado interno brasileiro passou de 10% a 15% para 15% a 20% atualmente.
E a principal contribuição para esse crescimento veio das obras em aeroportos.
“A tendência é estagnar nesse patamar, porque tivemos uma grande puxada com as obras de concessões de aeroportos, que demandam mais aço, e rodovias, que usam o produto em obras de apoio e cabines de pedágio. Mas a maioria das obras já saiu ou está em andamento, ficamos agora na espera das agendas de concessão de portos e ferrovias, o que vai depender do próximo governo”.
A principal expectativa para os próximos anos, especialmente a partir de 2016, é com relação às concessões de ferrovias e portos. Entre elas estão as ferrovias contempladas no PIL (Programa de Investimento em Logística). Nos portos, segundo Claudia Oshiro, da Tendências são centenas, porém muitos já deveriam ter saído do papel.
Além dos planos do PIL para ferrovias, em maio de 2014, o governo ainda revelou que estuda um plano para a volta do transporte de passageiros por meio de trens aproveitando a malha já existente.
A terceira fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que começa este mês, prevê R$ 9,3 bilhões em investimentos na malha ferroviária.