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Navios de maior porte só em 2016 - Especial Revista Portuária

 

A previsão do Complexo Portuário do Itajaí receber navios de maior porte ainda neste ano não se confirmou, pois o início as obras da nova bacia de evolução só vai ocorrer a partir do próximo ano.

Com isso, antes de 2016 não será possível a entrada de navios maiores e mais carregados nos terminais de Itajaí e Navegantes, que juntos correspondem a segunda maior movimentação de cargas conteinerizadas no país, e a maior no Estado.

Segundo o engenheiro Antônio Ayres dos Santos Júnior, superintendente do Porto de Itajaí, o Governo do Estado se comprometeu a investir R$ 130 milhões na obra, dentro do programa de investimentos Pacto por Santa Catarina.

No entanto, ocorreu um equívoco na destinação dos recursos por parte do governo estadual e os recursos somente serão liberados após o período estipulado pela legislação eleitoral que veta investimentos públicos em decorrência do processo eleitoral.

“O edital de licitação da primeira etapa das obras deve ser lançado pelo Governo de Santa Catarina até o final de agosto. Com isso, esperamos que a empresa vencedora do processo licitatório seja contratada até dezembro, para que as obras sejam iniciadas em janeiro de 2015. Compridos esses prazos, a previsão é de que o Complexo Portuário do Itajaí opere navios de 335 metros em 18 meses”, explica.

A atual bacia permite que apenas navios de até 306 metros de comprimento com 40 metros de boca alcancem os terminais locais.

Já a nova bacia de evolução considerada essencial para a economia da região será construída nas proximidades da foz do rio Itajaí-Açu, em frente ao Saco da Fazenda.

“Com relação à segunda fase, que engloba mais investimentos de aproximadamente R$ 248 milhões, a obra foi incluída pela Secretaria de Portos da Presidência da República no orçamento da União, no elenco de obras da SEP. Esses recursos deverão ser investidos a partir de 2015, e com as obras dessa segunda fase concluídas, poderemos operar cargueiros de até 366 metros.” explica Ayres.

Ele ressalta também o empenho da APM Terminals Itajaí e da Portonave foram fundamentais para que o processo tivesse andamento, uma vez que os custos de todos os projetos e estudos foram bancados pelos dois terminais e tiveram o apoio técnico da Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí e da praticagem.

“A execução de qualquer obra pelo poder público no Brasil enfrenta uma série de entraves legais e burocráticos, o que faz com que nunca elas sejam concluídas dentro dos prazos estipulados. E com nossa bacia de evolução não será diferente. Porém, com o licenciamento ambiental concluído e a publicação do edital de licitação pelo governo do Estado, as obras finalmente serão iniciadas e, a partir de 2016, já estaremos operando navios de maior porte” ressalta.

Previsão de perdas

O impacto da não realização da obra já foi considerado brutal para toda a região que envolve o Complexo Portuário pela superintendência do Porto de Itajaí.

Estimava-se a perda de R$ 30 milhões mensais a partir do próximo ano, com a queda de aproximadamente 75% no movimento de entrada e saída de navios e a debandada dos armadores para outros portos que comportem embarcações maiores. No entanto, diante do novo cenário, o discurso está mais otimista.

“O desejo dos armadores é que tenhamos a nova bacia de evolução concluída o mais breve possível. Porém, como a dificuldade em operar navios com mais de 300 metros de comprimento não é apenas de Itajaí e sim de muitos portos brasileiros, os armadores que operam em nossa costa estão repensando a urgência na troca dos atuais navios pelos maiores. Essa dilatação nos prazos tende a nos favorecer”, finaliza o superintendente do Porto de Itajaí Antônio Ayres dos Santos Júnior.

As duas fases da obra

A primeira, que será executada com os recursos do Estado, engloba a retirada das guias correntes do molhe Sul junto ao Saco da Fazenda, para que sejam executadas as obras da nova bacia de evolução (480 metros de diâmetro), retirada de parte dos espigões transversais do molhe norte (gornes) e dragagens da área da nova bacia e para o alargamento do canal de acesso.

Já a segunda etapa, prevista no elenco de obras da SEP e com investimento de mais R$ 248 milhões, vai englobar a realocação do molhe norte, possibilitando que o canal de acesso fique com a largura de 220 metros, ampliação da nova bacia de evolução (no Saco da Fazenda) para 530 metros de diâmetro e dragagens na bacia e canais de acesso.

A opinião dos outros administradores do Complexo Portuário

Colocar a foto o nome o nome e a função e a opinião dos dois entre aspas (pode ficar um do lado do outro)

Osmari de Castilho Ribas - diretor-superintendente administrativo da Portonave.

Como é comum aos grandes projetos de infraestrutura, foi preciso avaliar detalhadamente todas as componentes socioambientais, técnicas e de viabilidade econômica, além de compatibilizar o projeto para execução em duas etapas. Tendo sido cumpridos todos estes procedimentos e pela informação que temos até o momento, o processo licitatório da primeira etapa, será iniciado em breve pelo Governo de Santa Catarina. O crescimento econômico de Santa Catarina impõe que ocorra uma ampliação da sua infraestrutura para que não se limite o crescimento e esteja preparada para o futuro. Neste contexto, os armadores se planejam para operar maiores volumes e precisam contar com ganhos de escala que tornem a atividade rentável. Sendo assim, os armadores e toda a cadeia logística precisam de um cronograma de implantação da nova bacia de evolução que lhes de tranquilidade para investir e adequar as suas rotas. A sustentabilidade econômica do Complexo Portuário de Itajaí está diretamente relacionada à implantação desta obra.”.

Ricardo Arten, diretor-superintendente da APM Terminals Brasil

“O projeto, desde sua concepção, teve várias alterações devido à escolha do melhor ponto para se fazer a nova bacia de evolução, levando em consideração a solução mais viável, mais econômica, menos impactante à comunidade e mais segura para as manobras. Isso levou um tempo. Porém, quanto à 1ª fase do projeto, está faltando apenas a assinatura da SPI (Superintendência do Porto de Itajaí) e do Governo do Estado para o início do processo licitatório das obras, uma vez que todos os projetos – básico e executivo – e as licenças necessárias já estão prontos. Para a 2ª fase, ainda estamos aguardando a confirmação do funding pelo Governo Federal (SEP). Somos questionados semanalmente - pelos armadores - sobre a evolução do projeto, uma vez que os navios estão crescendo vertiginosamente e o nosso porto já se encontra com restrições de calado e LOA. É vital para o Porto de Itajaí que a primeira fase da nova bacia de evolução esteja pronta”

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