Cenário previsto para 2015 é de estagnação no comércio exterior
Segundo dados da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), a expectativa é que as exportações atinjam US$ 215,3 bilhões, o que significará uma queda de 4,3% em relação aos US$ 225 bilhões de 2014.
Já para as importações o que se prevê é um montante de US$ 207,2 bilhões, o que representará uma queda de 9,8% em relação aos US$ 229,6 bilhões alcançados em 2014.
“Ainda que se queira evitar qualquer sintoma de sinistrose, a verdade é que para 2015 está armado um cenário de estagnação para o comércio exterior, que nada deverá contribuir para a expansão da economia brasileira”, opina o vice- presidente da Fiorde Logística Internacional, Mauro Lourenço Dias.
Segundo ele, os números mostram que esse ano, haverá um superávit na balança comercial de US$ 8,1 bilhões, o que permitirá reverter o déficit de US$ 4,5 bilhões registrado em 2014.
“Mas esta é apenas uma meia verdade, ou seja, uma afirmação que não é falsa, mas na qual se oculta alguma informação. Afinal, o superávit será alcançado não pelo aumento das exportações, mas por uma forte queda nas importações. E, principalmente, por uma redução na corrente de comércio (exportações/importações), o que significa queda na atividade econômica”, explica.
Para ele, o cenário é pior ainda já que acredita que o superávit só será alcançado se a China continuar com crescimento econômico elevado, “o que significa que as cotações das matérias-primas serão mantidas em patamar elevado”.
Dias explica que a perda de competitividade do País tem se refletido no fechamento de mercados importantes para o manufaturado brasileiro, como os Estados Unidos e a União Europeia.
A solução, segundo ele, é o novo governo realizar reformas estruturais nas áreas tributária e trabalhista, além de investir com maior vigor na infraestrutura para baixar os custos logísticos e procurar reduzir a burocracia.
“Só assim os produtos manufaturados voltarão se tornar competitivos, sem ficar na dependência de uma taxa de câmbio que, na verdade, só tem favorecido alguns segmentos. Caso contrário, o Brasil corre o risco de se tornar apenas um fornecedor de matérias-primas”, finaliza.