Indústria naval demite mais de 10 mil metalúrgicos
Do total de desligamentos, 3.650 são no Rio.
A informação é da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, que atribui as baixas à crise vivida pela Petrobras
A indústria naval brasileira já demitiu,ou está no processo de demissão voluntária, de cerca de 10 mil metalúrgicos. Deste total, 3.650 são no Rio de Janeiro.
A informação é do secretário de Administração e Finanças da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Edson Rocha.
Segundo ele, o setor está sofrendo com a crise da Petrobras.
“Em Niterói, a UTC Engenheira (uma das empresas envolvidas no escândalo de corrupção da estatal) já demitiu 650 trabalhadores.
A Enseada Indústria Naval (EIN),em Inhaúma, já informou que irá mandar embora 3 mil.
Tudo por conta desta paralisia no setor naval com a crise da petrolífera”, diz.
Rocha avalia que a situação é preocupante, já que cerca de 90% do setor depende da Petrobras.
“Dos 160 mil funcionários da indústria naval e de navipeças, 140 mil trabalham para empresas que dependem de encomendas da estatal. Há que se ter responsabilidade para não deixar a Petrobras quebrar e gerar demissão em massa”.
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
Em balanço divulgado ontem, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que a indústria automobilística eliminou 404 postos de trabalho em janeiro.
Em 2014, foram eliminadas 12,4 mil vagas no setor.
Depois das recentes demissões, o setor encerrou o primeiro mês do ano com 144.104 trabalhadores, queda de 0,3% ante dezembro e 8,1% ante janeiro de 2014.
João Carlos Gonçalves, secretário- geral da Força Sindical, afirma que cada metalúrgico da indústria automotiva dispensado gera mais 18 na cadeia produtiva.
“As montadoras foram as empresas que mais receberam incentivos do governo federal e é inadmissível que na primeira dificuldade elas optem por demitir. Assim como fizemos com a Volkswagen, a nossa orientação agora é demitiu, parou (greve)”.