Grande incêndio atinge tanques na área industrial da Alemoa, em Santos
O Corpo de Bombeiros combate, desde as 10 horas desta quinta-feira (2), um incêndio de grandes proporções que atinge tanques de álcool da empresa Ultracargo, na área industrial da Alemoa, em Santos. Há relatos de que houve explosões em sequência quando o fogo começou.
As chamas estão contidas na área da empresa, mas as equipes do Corpo de Bombeiros têm dificuldades para apagar todo o fogo. De acordo com o capitão da corporação, Marcos Palumbo, há riscos de novas explosões.
O diretor da consultoria V2PA, o engenheiro Marcos Vendramini, informou que, se não ocorrer nenhuma outra explosão e o fogo não se alastrar, o combate ao incêndio deve durar entre seis e oito horas. Marcos já prestou serviços à maioria dos terminais de granéis líquidos do Porto de Santos.
Segundo ele, o combate às chamas ocorre de duas formas: resfriamento, com o lançamento de água nas laterais dos tanques, e o lançamento de espuma (um produto especial para etanol), para acabar com as chamas.
Os tanques contam com um sistema automático de combate a incêndio. Trata-se de uma mangueira que lança essa espuma no interior do tanque. Mas há o risco de, com a explosão, esse aparelho ter sido danificado. Por isso, estão lançando o produto com mangueira.
Equipes dos Bombeiros de cidades da Baixada Santista e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estão no local. São pelo menos 25 viaturas da corporação. Duas viaturas dos bombeiros da Capital já chegaram à região e estavam escoltadas pela Polícia Rodoviária.
Um plano de auxílio mútuo das indústrias de Cubatão foi acionado assim que o incêndio começou. A Refinaria de Cubatão mandou para a Alemoa, em Santos, um caminhão-tanque com 6 mil litros de líquido gerador de espuma e quatro técnicos em combate a produtos químicos. Outras indústrias estão mandando equipes próprias.
Pelo mar, equipes do Corpo de Bombeiros também ajudam a combater o fogo.
Os Bombeiros pedem que a região seja evitada por conta de riscos de explosões. De vários bairros de Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande é possível é ver uma imensa cortina de fumaça densa e preta.
A Ultracargo informou, por meio de nota, que a brigada de incêndio foi acionada assim que notou o início das chamas e disse que é prematuro apontar qualquer motivo para as explosões.
De acordo com informações da Prefeitura de Santos, há duas vítimas, sem gravidade. Uma inalou a fumaça tóxica e outra está em estado de choque por conta da primeira explosão, que originou o fogo. Equipes da Defesa Civil de Santos e Cubatão auxiliam nos trabalhos do Corpo de Bombeiros.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) entrou em contato com a Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), para represar os caminhões no Planalto enquanto o incêndio não for controlado.
Segundo a Ecovias, a Via Anchieta tem tráfego bloqueado no km 64, sentido litoral, por causa do incêndio. Motoristas que querem vir ao litoral devem utilizar a Rodovia dos Imigrantes e por São Vicente chegar a Santos. Quem pretende ir a São Paulo, não encontra dificuldades de utilizar a Via Anchieta.
Tremor e susto
Caminhoneiros e outros profissionais que atuam em áreas próximas ao local comentaram o momento da explosão aos jornalistas de A Tribuna.
O caminhoneiro Adriano Miranda estava a 20 metros de onde ocorreu a explosão, na Via Anchieta, e ia descarregar a carga em uma empresa próxima. No momento do tremor, ele abandonou o veículo e correu para uma passarela da rodovia.
Já Luciano Pascoal, de 30 anos, estava controlando a entrada de carga na empresa Stolthaven, quando sentiu o chão tremer e foi orientado a deixar o local.
O motorista de caminhão Cláudio Sérgio estava voltando para transportadora Dalastra e também foi orientado a retornar. Ele parou no Saboó e aguarda um posicionamento da empresa para retomar as atividades.
O morador do bloco 16 do Saboó António Adevair dos Santos conta que sentiu três explosões. Saiu de casa com a esposa na hora. Ele trabalha na Petrobras, área de risco, e afirma que nunca viu um acidente assim.
Funcionária de uma transportadora na Alemoa, que não quis se identificar, disse que sentiu tremores na hora da explosão. "Nosso escritório é de madeira. Então sentimos uma vibração no chão".
O terminal abriga 175 tanques de capacidade de até 10.000³ em uma área de 183.871 m². Os produtos movimentados no local incluem combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.