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Linha asiática decide trocar o Porto de Itajaí por Navegantes

Foi batido o martelo: segundo informações do próprio terminal de Navegantes a linha asiática ASAS, responsável por 40% da movimentação de cargas no Porto de Itajaí, passará a operar pela Portonave. Os últimos detalhes estão sendo acertados e a previsão é que a mudança efetiva das atracações ocorra em meados de agosto.

Nesta segunda-feira, em reunião para discutir a competitividade do Complexo Portuário, o diretor-superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, reiterou que não haverá nenhuma mudança na proposta contratual apresentada aos armadores. Mas se comprometeu a dividir com os acionistas o pedido da autoridade portuária para que haja, pelo menos, uma divisão de cargas entre as duas margens do Itajaí-açu.

Castilho defendeu que, se não tiver propostas atrativas no mercado, o Complexo estará fadado a perder cargas nas duas acendem alerta em também preocupam Navegantes, onde o terminal está entre os maiores empregadores do município.
Maurício Medeiros de Souza, representante da Antaq, afirmou durante o encontro que a luta deveria ser por melhorias de condições de competitividade dentro do próprio porto.

Lembrou, com razão, que “tem muito mais gente para tirar dinheiro daqui” e disse que o problema “não deveria ser visto com lupa”, em referência à necessidade de sustentabilidade de negócios no porto.

A reunião terminou com a proposta da superintendência do Porto de Itajaí de novo encontro entre a diretoria da APM e da Portonave com o Sindicato das Agências de Navegação Marítima e Comissárias de Despachos (Sindasc) para minimizar prejuízos. E com o anúncio de que o superintendente Antônio Ayres dos Santos Junior vai a Brasília para tentar, mais uma vez, incluir os berços 3 e 4 no contrato de arrendamento da APM Terminals e estender o prazo da concessão, que termina em sete anos.

Números diferentes

O fato é que os modelos de custeio entre os dois terminais são diferentes. Embora um estudo encomendado pela própria Antaq tenha concluído que a diferença no custo de operação de terminais privados e públicos arrendados no país é mínima, dados de 2013 apresentados pelo conselheiro administrativo do porto, Marcelo Salles, mostraram que as despesas operacionais da APM Terminals chegara, a quase o triplo das da Portonave.

A preocupação do setor com o esvaziamento do Porto de Itajaí é a perda de recursos da autoridade portuária, que, por força de lei, é a responsável pela manutenção das condições de acesso e segurança do complexo. Embora os navios que atracam em Navegantes também paguem a chamada tabela 1, que corresponde ao uso de infraestrutura aquaviária, o restante do recurso utilizado nessa manutenção vem, de fato, de Itajaí.

Hoje, nem mesmo se quisessem os terminais privados poderiam executar esses serviços sozinhos. Seria ilegal.

Sem saia-justa

Apesar de ter conquistado a maior linha a operar em Itajaí, que corresponde a mais de 10 mil TEUs, Osmari de Castilho Ribas diz que não haverá saia-justa na composição do Complexo Portuário: “Os clientes são do mercado”, justifica.

Embora os impactos diretos em arrecadação para Itajaí ainda não tenham sido calculados, a expectativa é que a cidade tenha uma perda significativa no recolhimento de ISS com a saída da ASAS.

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