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Demora faz Brasil perder investimentos em terminais para outros países

O atraso no lançamento de licitações pelo governo para terminais portuários públicos do Brasil está forçando a migração de investimentos para outros países. A APM Terminals, que movimenta carga em portos e pertence ao conglomerado dinamarquês Maersk, tem aprovado um plano de investimentos até 2017 de quase 10 bilhões de reais para investir na América Latina. Nessa previsão, estão terminais no Brasil, sobretudo contêineres nas regiões Norte e Nordeste. Eles fazem parte de uma lista de 160 áreas dentro de portos administrados por estatais que o governo ainda não colocou em leilão, inviabilizando investimentos. As informações foram publicadas nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

Enquanto isso, a empresa fará aquisições em outros países. No México, estão sendo aplicados 3,5 bilhões de reais em um novo terminal para transporte de contêineres em Michoacán. Em julho, a empresa assinou contrato para um novo terminal em Cartagena, na Colômbia, por 750 milhões de reais.

O maior problema na demora dos leilões no Brasil é que investimentos em outras áreas fora do país vão se consolidando e, com eles, as rotas dos navios que transportam cargas ao redor do mundo. Para o diretor de Novos Negócios da APM na América Latina, Julian Fernandéz, os investimentos que vêm sendo feitos em outras regiões não impedirão que a empresa analise e invista nos terminais no país. "Gostaríamos de ter os editais para analisar", afirmou.

Segundo ele, o mais importante é que os projetos no Brasil tenham viabilidade econômica e garantam segurança jurídica para os investidores. "Se isso estiver garantido, vamos atrás de recursos para investir", disse. Os leilões que estavam mais adiantados - cerca de 29 áreas em Santos (SP) e na região de Belém (PA) - tiveram de ser reestudados. Para o restante das 160 áreas os primeiros estudos ainda nem começaram.

Em nota, a Secretaria de Portos informou que foi necessário mudar a forma dos arrendamentos devido a recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) e também para que fosse possível racionalizar o formato das concorrências. Ainda segundo a secretaria, oito áreas prioritárias devem estar prontas para concorrência ainda este ano e outras 42 serão licitadas até 2016.

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