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Porto de Itajaí pode movimentar soja em contêineres a partir de abril

Quem diria, mas a movimentação de soja a granel, tracional em portos como São Francisco, em Santa Catarina e Paranaguá, no Paraná, pode ser movimentada a partir de abril no Porto de Itajaí, tão logo sejam concluídas as reformas dos berços 3 e 4, pertencentes ao Porto.

Duas reuniões serão definitivas para a concretização do negócio: uma que acontece junto ao Governo do Estado, nesta segunda feira, dia 25, e outra que a acontece na Prefeitura de Itajaí, na quinta-feira, dia 28 de janeiro.

Soja orgânica

Primeiro vamos explicar porque a preferência do Porto de Itajaí para a exportação da soja a granel. É que esta soja que será exportada é orgâniga, ou seja, não transgênica. E os importadores exigem que ela seja embarcada por um porto que não movimenta soja transgênica, para que não haja contaminação do produto ou mistura. A reportagem do Jornal dos Bairros ainda não conseguiu identificar os países importadores do produto.

Por isso, o Porto de Itajaí foi escolhido para a operação, por ser um porto que trabalha exclusivamente com contêineres. 

O processo 

Ainda não está definido o processo como a carga chegará ao Porto de Itajaí e será embarcada. Existem algumas alternativas em estudo:

Primeira alternativa: o importador ou exportador construiria um armazém inflável no Porto de Itajaí, próximo aos berços 3 e 4 e a soja chegaria de caminhão ao Porto, seria descarregada neste armazém, colocada em contêineres especiais, que levados ao navio, teriam um fundo que se abriria e a soja seria estocada nos porões do navio. Isso porque o Porto de Itajaí não tem esteiras que levam a soja até os navios.

Ponto negativo desta operação: a quantidade de caminhões de soja circulando pela cidade de Itajaí, que ainda não tem a via portuária concluída, e a sujeira que isso causaria no município, ou seja, grãos de soja caídos dos caminhões espalhados por praticamente toda a cidade.

Segunda alternativa: o importador ou exportador alugaria um dos vários galpões disponíveis ao longo da BR 101, ou próximos, estocaria a soja vinda com os caminhões nesses galpões fora da cidade, e "ovaria" ou encheria os contêineres neste local. Os contêineres viriam para o porto cheios, mas sem derramar a soja pelo meio do caminho, seriam erguidos para os navios e despejariam a soja nos porões, sem causar problema algum.

Ponto negativo: parece que esse tipo de operação demandaria de um local alfandegado, o que seria complicado conseguir em pouco tempo.

Custo x Benefício

A grande verdade é que o Porto de Itajaí está com um movimento fraco. Desde que a APM Terminals perdeu uma linha asiática para o Porto de Navegantes estamos amargando um movimento de navios menor, a arrecadação caiu e os trabalhadores portuários perderam muito em seus salários, além, é claro, da própria prefeitura ter perdido em arrecadação.

Independente da forma pela qual a soja seja ou não exportada, uma medida precisa ser tomada urgente: resolver o problema do porto de Itajaí, dos trabalhadores e da arrecadação municipal. Se para isso tivermos que pagar o custo de uns bagos de soja caídos pelo chão ao longo da estrada, que seja.

O que não se pode mais é esperar. Esperar pela boa vontade do Governo Federal com relação a nova bacia de evolução, pois eles não decidem mais nada enquanto essa história de Dilma sai ou fica não se resolver, o congresso está paralisado, nos ministérios ninguém resolve mais nada, dinheiro não sai de lugar nennhum.

Se Itajaí e o Governo Estadual tiverem condições de resolver o problema do Porto de Itajaí decidindo aqui se exporta ou não soja pelo Porto de Itajaí, que resolva. É melhor um pássaro na mão, como diz o ditado, do que ficar a "ver navios".

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