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Sem previsão para Porto de Itajaí voltar a receber navios nos berços públicos
A situação do Porto de Itajaí tende a piorar caso a superintendência não receba verbas da Secretaria dos Portos: a empreiteira responsável pela obra de alinhamento e reforço nos berços públicos paralisou definitivamente os trabalhos - que já deveriam ter sido concluídos em 2015. A obra é financiada com em recursos da União através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), e a empresa ainda aguarda para receber o valor de R$ 8 milhões referente aos trabalhos realizados no ano passado.
Segundo o superintendente do Porto, Antônio Ayres dos Santos, desde 2013 o Porto de Itajaí está com os berços 3 e 4 em reforma, quando ainda recebia alguns cargueiros. No entanto, há dois anos todas as cargas conteinerizadas são direcionadas para os outros dois berços arrendados à APM Terminals. Além disso, no ano passado houve uma migração das principais linhas asiáticas para o porto de Navegantes, provocando uma queda de, pelo menos, 50% nas operações.
As obras nos berços foram necessárias para atender às demandas dos atuais cargueiros, que medem cerca de 300 metros, enquanto os cais tinham 220 e 240 metros cada. “Essa estrutura foi construída em 1984, preparada para navios daquela época. Não estava dimensionada para esses grandes guindastes, nem para os navios”, esclarece Ayres.
Além do reforço do cais – com novo estaqueamento e nova estrutura de concreto – os dois berços serão alinhados, o que possibilitará que grandes navios atraquem no local. Com o alinhamento, o porto terá um cais contínuo de 490 metros e com isso, a expectativa é de iniciar as operações de soja. Segundo o Porto, o investimento total é de cerca de R$ 135 milhões, estando pendente o repasse de aproximadamente R$ 30 milhões. O prazo inicial para conclusão das obras era de 18 meses.
Embora a conclusão das obras seja urgente para continuidade das atividades portuárias, o governo federal cortou o repasse de verbas ao Porto de Itajaí, bem como efetuou outros contingenciamentos em diversos setores, como forma de controlar a crise. O último pagamento foi efetuado em abril, referente aos serviços prestados em junho, agosto e setembro do ano passado. Com a falta de repasse das demais parcelas, construtora Serveng, empresa vencedora do processo licitatório, abandonou o canteiro de obras.
De acordo com o superintendente, já foi solicitado o novo pagamento, que já teria sido até avaliado pela Secretaria dos Portos. Contudo, após a incorporação da secretaria ao Ministério dos Transportes no mês passado - chefiado por Maurício Quintella -, a pasta dos Portos ainda não tem um secretário nomeado.
“Hoje não temos nenhum berço para receber navio. Se não vem navio, não tem trabalho. Estamos cobrando o governo, mas está complicado recuperar a economia”, lamenta Ayres.
A Revista Portuária não conseguiu contato com a construtora Serveng durante a tarde de terça-feira (14/06).