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Em um ano e meio, o Teconvi e o porto de Itajaí perderam 13 armadores. Sete foram pra Navegantes

Entre janeiro de 2008 e os sete primeiros meses deste ano, 13 armadores deixaram de operar no Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi) e no porto público de Itajaí. Sete desses armadores migraram para o vizinho porto de Navegantes (Portonave). O Teconvi e o porto público de Itajaí operam hoje com apenas seis armadores.

A má notícia faz parte do relatório que Robert Grantham, diretor comercial do porto de Itajaí, encaminhou esta semana para os membros do conselho da autoridade portuária (CAP). Para ele, a situação é preocupante, já que este ano, enquanto o Portonave cresceu 150% em operações, o porto público e o Teconvi tiveram um recuo de 63%.

Pelo relatório, mesmo antes da enchente de novembro do ano passado, os armadores Costa, Hanjin, Hyundai, NYK, Yang Ming, APL e Zim foram embora do Teconvi e do porto público de Itajaí. Depois da enchente foi a vez das companhias Aliança/Hamburg Sud, CMA CGM, China Shipping, Maruba, Hapag-Lloyd e Evergreen não mais atracar no cais peixeiro.

O Costa e o Aliança, que hoje integram o grupo Hamburg/Sud, o yundai, o NYK, o Zim, o APL, o Evergreen e o Hapag-Lloyd foram os armadores que foram para o outro lado da vala e passaram a operar no porto dengo-dengo.

Disputa comercial

Qual o motivo dos terminais de Itajaí perderem clientes para o porto de Navegantes? Esta foi a pergunta feita ao diretor comercial do porto de Itajaí. “Aí, eu não sei dizer com precisão”, disse Robert Grantham, completando: “Aí, entra a tal história da competição comercial”.

Grantham acredita que a produtividade do Portonave, que até esta semana era o único a ter as girafonas gigantes chamadas de portêineres, não foi o fator principal para a migração de armadores para o outro lado da vala. “São, certamente, acordos de gênero comercial”, acredita, referindo-se às negociações diretas entre terminais e operadores.

Outro fator apontado pelo diretor comercial do porto de Itajaí é a associação comercial que os armadores vêm fazendo entre si. Muitos deles fazem consórcios e fecham cargas para um mesmo navio. Desta forma, evitam que as embarcações naveguem com pouca mercadoria e assim economizam.

Por conta disso, alguns portos e terminais perdem o contrato para outros que operavam com um maior número de cargas desses armadores. “A CMA CGM operava em São Francisco, sozinha, com seis navios, e agora se juntou com a Hamburg Sud e com a Hapag- Lloyd e passou a operar no porto de Navegantes”, exemplifica o abobrão do porto de Itajaí, fazendo questão de dizer que o fenômeno não acontece somente em terras peixeiras mas também e outros portos.

A crise econômica e a queda do comércio internacional também são apontados por Grantham como causadores do problema enfrentado pelo Teconvi e pelo porto de Itajaí. Fatores que, segundo ele, interferiram muito mais do que a enchente que detonou o porto. “A problemática está muito mais na crise dos armadores, eles estão encolhendo”, afirma.

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