Mudanças à vista
Retirada de capacidade no tráfego marítimo do Extremo oriente para o Brasil começa a surtir efeito para a indústria da navegação.O índice que mede o frete médio da China para a América do Sul subiu 50,7% em junho sobre o mesmo mês de 2015, saindo de 446 pontos para 672 pontos.
O movimento é contrário à queda global, de 21,6%, registrada entre a China e o resto do mundo. Isso mostra que a retirada de capacidade no tráfego marítimo do Extremo Oriente para o Brasil começou a surtir efeito para a indústria da navegação.
Todos os oito demais destinos partindo da China (entre eles Norte da Europa, Mediterrâneo, e as duas costas dos Estados Unidos) registraram queda no índice.
O CCFI (China Containerised Freight Index) reflete as taxas de fretes cobradas por 15 diferentes armadores a partir dos portos de Dalian, Fuzhou, Guangzhou, Nanjing, Ningbo, Qingdao, Xangai, Shenzhen, Tianjin e Xiamen.
A alta nas rotas da China com a América do Sul se deve ao ajuste que a indústria de navegação fez, ao retirar a sobrecapacidade de navios nos tráfegos para elevar os valores.
Os fretes experimentaram uma trajetória de queda, com valores que chegaram a US$ 50, devido à combinação de excesso de capacidade ociosa e baixa dos volumes do comércio exterior. De agosto de 2015 a julho houve redução de 30% na oferta de capacidade entre China e Brasil.
Em maio, os maiores armadores do mundo no transporte de contêineres deflagraram uma rodada global de aumento de fretes que abrangeu a maioria dos tráfegos com o Brasil.
A derrubada dos fretes deriva do excesso de capacidade ociosa no transporte marítimo, após a corrida da indústria da navegação por navios cada vez maiores, muitos dos quais saíram dos estaleiros num cenário de queda de demanda de volumes de alguns mercados — como, mas não apenas, o do Brasil.
Segundo o Centronave (Centro Nacional de Navegação), há uma tendência de recuperação de fretes tanto na exportação quanto na importação, porém esses aumentos nem de longe repõem as perdas que a indústria da navegação teve. Ainda segundo a associação, o primeiro trimestre de 2016 registrou um pequeno aumento.
O contêiner dry saiu de 31% para 34% do valor de 2010. A alta ocorre mesmo diante da queda de volume nos embarques a partir do Extremo Oriente para a Costa Leste da América do Sul (basicamente Brasil).
Dados da Datamar, mostram que as importações nessa rota caíram quase 37% nos primeiros cinco meses do ano, para 280 mil Teus.