Hamburg Süd: o que se sabe e o que se prospecta
De especulações, o destino do armador lentamente vai tomando forma.
Desta vez, a possibilidade de venda da Hamburg-Süd pelo grupo Oetker foi levantada pelo The Wall Street Journal, que revelou que a divisão marítima do conglomerado A.P. Moeller-Maersk A/S poderia ter de fato intenções de comprar o armador alemão, embora a notícia ainda seja embasada em afirmações de “pessoas com conhecimento do mercado”.
Com a aquisição, a Maersk Line amplificaria sua presença no mercado da América Latina e, em especial, no Brasil.
A última grande aquisição do armador dinamarquês havia sido em 2005, com a compra da P&O Nedlloyd.
Responsável por cerca de 15% da movimentação global de cargas por via marítima, a Maersk declarou publicamente que está no mercado em busca de possíveis aquisições para aumentar a sua participação, em uma das épocas mais desafiadoras para a indústria, que já vem enfrentando fretes abaixo dos níveis sustentáveis há quase dois anos.
Essas são as condições que colocaram a indústria marítima em uma era de consolidações sem precedentes, na qual os grandes armadores se reúnem, seja por meio de acordos de fusões, aquisições ou alianças comerciais.
Hamburg Süd e Zim são, atualmente, as duas grandes companhias teoricamente “sem parceiros”, o que fez alvoroçar ainda mais as expectativas do mercado.
Durante esta semana, a família Oetker está reunida para discutir os planos do conglomerado familiar alemão, que inclui ativos de navegação, alimentícios e instituições financeiras.
Ainda para o The Wall Street Journal, o CEO da consultoria SeaIntelligence, de Copenhagen, Lars Jensen, avaliou: “a forte presença da Hamburg-Süd nas rotas Norte-Sul é bastante atrativa para a Maersk no mercado de cargas refrigeradas, como carnes do Brasil e da Argentina, e bananas do Equador, de modo que a junção com a Hamburg-Süd possibilitaria conquistar uma presença muito mais significativa nessa parte do globo”.
Os números globais da Hamburg Süd, de acordo com o Alphaliner, incluem 3% do fluxo global de cargas containerizadas, com 600.000 Teus de capacidade, e frota avaliada pelo VesselsValue em cerca de US$ 1,4 bilhão.