China apresenta nova Rota da Seda com investimento bilionário
O presidente da China, Xi Jinping, abriu neste domingo (14) em Pequim o fórum internacional sobre a Nova Rota da Seda, insistindo nos fatores positivos de sua iniciativa, que trarão "benefícios que todos compartilharão".
Xi inaugurou a reunião de dois dias com um discurso de quase 45 minutos, no qual repassou o significado histórico das antigas rotas comerciais que uniam leste e oeste, e as relacionou com o plano que Pequim promove desde 2013. A reunião reúne quase 30 países, entre eles os presidentes de Rússia (Vladimir Putin), Espanha (Mariano Rajoy) e Chile (Michelle Bachelet), entre outros.
Assim, Xi lembrou que os comerciantes chineses, europeus e asiáticos que ligavam oriente e ocidente desde a Idade Média através de caravanas de camelos e rotas por mar não eram "conquistadores", mas encarnavam "o espírito da Humanidade", através de uma rota que "trouxe prosperidade a estas regiões".
Com o argumento de que "a História é a melhor mestre", o presidente chinês planejou uma nova iniciativa com esses mesmos ideais, nos quais a construção de novas infraestruturas que favoreçam a conectividade e o comércio promova um crescimento global.
Contra as críticas de que a China pode buscar criar uma esfera de influência geopolítica em Ásia e África com esta iniciativa, Xi assegurou que seu país não tem intenção de interferir nos assuntos de outros, de exportar seu sistema social ou de impor sua vontade.
O presidente chinês afirmou que o projeto é "complementar" com iniciativas na região euroasiática a fim de melhorar as conexões e promover o comércio e o desenvolvimento.
Investimento bilionário
O presidente chinês anunciou uma nova injeção de quase US$ 70 bilhões (US$ 14,5 bilhões do Governo e US$ 55 bilhões em empréstimos de dois bancos nacionais) para a Nova Rota da Seda, o ambicioso projeto global de transportes e telecomunicações planejado por Pequim.
Até agora a principal fonte de financiamento do projeto por parte da China era o chamado Fundo Rota da Seda, com um montante inicial de US$ 40 bilhões.
No discurso inaugural do Centro Internacional de Convenções de Pequim, Xi também prometeu um programa de ajuda de US$ 8,7 bilhões por parte da China aos países que participarem da Nova Rota da Seda.
"Devemos construir uma plataforma aberta de cooperação e manter e desenvolver uma economia mundial aberta", afirmou Xi na inauguração do fórum.
Xi, que idealizou este plano internacional de infraestrutura durante uma visita oficial à Ásia Central em 2013, deseja com este projeto ressuscitar simbolicamente a Rota da Seda, corredor econômico que uniu Oriente e Ocidente no primeiro milênio de nossa era.
Com ferrovias de alta velocidade, redes de internet, portos e estradas, a China acredita que vá aumentar sua influência política e econômica especialmente na Ásia.
'Novos horizontes'
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, assegurou que seu país está pronto para se converter na ponte entre Ásia e América Latina, e em um dos protagonistas do novo plano de infraestruturas impulsionadas pelo governo chinês.
Em um momento de desafios protecionistas no mundo e um fraco crescimento global, "é o momento adequado para buscar novos horizontes", considerou Bachelet em seu discurso para líderes mundiais no fórum.
A iniciativa da Nova Rota da Seda impulsionada pelo presidente chinês, Xi Jinping, é o "maior projeto econômico" que se debate neste momento, destacou Bachelet, agradecendo o esforço da China por aproximar posturas entre os países.
"Em um momento de crescente ceticismo, este fórum é uma oportunidade para olhar para a frente", reiterou a presidenta do Chile ao vice-primeiro ministro chinês, Zhang Gaoli.