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Navio encalhado terá de descarregar 5 mil toneladas de soja

Pouco mais de 5.200 toneladas de soja deverão ser retiradas do navio graneleiro Tong Shun, que está encalhado desde o último dia 9 no trecho de cais em frente aos armazéns 20 e 21 do Porto de Santos.

A operação de descarga foi iniciada no último sábado e é necessária para que a embarcação fique mais leve e, consequentemente, se desprenda do leito. 

O Tong Shun chegou ao Porto no último dia 6. Segundo informações da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), o navio começou a adernar na manhã do dia 8, após o carregamento de 30.850 toneladas de soja.

Ele já havia embarcado quase 40 mil toneladas do grão em uma escala no Uruguai.

No cais, operado pelo terminal da Copersucar, estão dois grabs – equipamentos formados por duas garras e utilizados na operação de granéis.

Nesse caso, eles são usados na retirada da soja de, pelo menos, três porões do navio: 2, 5 e 7. 

Após a descarga, os grãos são despejados na caçamba de caminhões através de um funil.

Os veículos fazem o transporte da commodity. Não há previsão de quando a operação deve chegar ao fim. Inicialmente, a informação era de que a descarga aconteceria em cerca de dois dias.

Além da retirada de parte das cargas do navio, será necessário o conserto do casco da embarcação, que está com uma fissura de cerca de 40 centímetros.

A avaria foi identificada após vistoria por uma equipe de mergulhadores.

Após o encalhe, o Tong Shun estava com um calado (profundidade) de 14,4 metros.

Mas, no berço, podem atracar apenas navios com até 13 metros de calado. Isto pode indicar uma sobrecarga da embarcação por conta do carregamento de grãos ou ainda que há excesso de água dentro do navio, possivelmente causada pela fissura.

Com relação a este problema, a suspeita é de que ele tenha sido causado por ferragens utilizadas nas obras de reforço de cais do Porto, contratadas pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária). 

O serviço de reforço prevê o fortalecimento da estrutura de 1,7 quilômetro de cais da região de Outeirinhos, na Margem Direita (Santos) e foi iniciado em 2014.

No entanto, o serviço não foi concluído e, mesmo após diversos questionamentos, a Autoridade Portuária não informa o que precisa para que isso aconteça. 

A obra é considerada essencial para permitir o aprofundamento dos berços sem que a estrutura de cais acabasse ruindo e caindo sobre o canal de navegação.

Para isso, o consórcio formado pelas empresas Andrade Gutierrez, OAS Engenharia, Brasfond e Novatecna foi contratado por R$ 200 milhões.

Terminal

Procurada, a Copersucar, que utiliza o cais dos armazéns 20 e 21 do cais santista, não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a descarga das mercadorias até o fechamento desta edição. 

A Cargonave, agência responsável pela embarcação, também não se posicionou sobre a descarga. 

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