Porto de Itajaí voltará a operar com três cais pela primeira vez desde 2008
Pela primeira vez desde 2008, quando sofreu severos danos durante a enchente, o Porto de Itajaí voltará a operar com três cais de atracação. O terminal inaugurou nesta segunda-feira as obras do berço 3, que passou por reforço e realinhamento. A reforma teve investimento de R$ 120 milhões do governo federal, e representa ganho de produtividade para o porto.
Em novembro a APM Terminals, arrendatária da área que corresponde aos berços 1 e 2, também concluiu uma reforma em seu espaço de atracação, com recursos próprios. Com isto, o Porto de Itajaí passará a ter 770 metros de cais contínuo, o que permite até três navios simultâneos _ ou dois, no caso de embarcações com mais de 300 metros de comprimento.
O berço 3 e sua retroárea (espaço de armazenagem de contêineres), no entanto, ainda aguardam o aval da Receita Federal para receber novas cargas. Como o berço está sem uso há pelo menos três anos, quando iniciaram as obras, a Receita pediu reforço nas medidas de segurança, como a instalação de novas câmeras.
O superintendente do Porto de Itajaí, Marcelo Salles, diz que os três berços estarão operando em janeiro e a expectativa é que, com a oferta de mais espaço, seja possível retomar o volume de movimentação anterior à grande enchente ainda no primeiro semestre. Em 2008, a quantidade de TEUs (unidade que equivale a contêineres de 20 pés) era o dobro da atual.
As obras do berço 3 foram entregues com atraso. A empreitada ficou paralisada por um ano, por falta de verbas no governo federal. Os trabalhos foram retomados em julho deste ano.
Aditivo
Terminado o berço 3, a expectativa agora é pela liberação de um aditivo de R$ 26 milhões para as obras do berço 4, o último espaço de atracação do Porto de Itajaí. A obra paralisou depois que foi encontrada uma laje que foi parar no fundo do Rio Itajaí-Açu na enchente de 1983. Para reforçar o cais, com novas estacas, é preciso perfurar essa estrutura submersa.
Recentemente foram feitas prospecções, que comprovaram a viabilidade da perfuração. Mas o governo federal ainda não liberou a verba. O secretário de Fomento e Parcerias do Ministério dos Tranportes, Dino Antunes, que participou da inauguração do berço 3, informou que o processo está em “trâmites burocráticos”.