Temer: despreparo, incompetência, confusão
A logística brasileira, com predominância do transporte rodoviário, entrou em colapso, com a greve dos caminhoneiros aplaudida pela sociedade brasileira.
Há um ano, Temer foi alertado sobre a questão.
A sabedoria é uma grande aliada em todos os momentos da vida de uma pessoa, principalmente de quem assume ou toma poderes.
Nas exatas palavras do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto:
“O poder Executivo calculou mal as coisas. Numa época chamada de idade mídia, ele agiu como se tivesse na idade média. Ou seja, está pegando no tranco depois que o problema aconteceu, tinha que pegar no ar para evitar o problema. Isso se chama eficiência, preparo, competência".
À frente de um governo fraco e esvaziado, Temer tenta solucionar na força a crise instalada. Assim como fez no Rio de Janeiro, chamou os militares para criar mais um fato político. O que a sociedade brasileira quer é solução, e não pirotecnia política. Repetindo as sábias palavras do ex-presidente do STF: o que precisamos é de eficiência e competência, e não de inquisidores ou homens da caverna.
Boi no pasto
No caça às bruxas, proprietários de caminhões preocupados com o patrimônio em risco, são acusados pelo presidente de vilões do locaute e tratados sob a égide do novo decreto de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), que dá poder de polícia às forças armadas em âmbito nacional.
Editado às pressas e sem respeitar princípios constitucionais do estado liberal, reedita em nova versão o fracassado sequestro de boi no pasto do governo Sarney.
Barata voa
Os políticos estão perdidos na complexidade da crise, não entendem o movimento popular e, desacreditados, são alijados da mediação de saídas do caos.O povo acuado pela crise não consegue enxergar um horizonte confiante.
Desesperado e sem norte, pede intervenção militar para substituir o governo decaído.
Fica claro também que a mediação interessada ou interesseira da mídia promove uma imagem de guerra que aprofunda e amplia a perturbação.
Pressionando uma solução, sem clarear o entendimento das reais causas, pouco contribui na construção de um caminho alternativo à superação.
Ainda faltam quase sete meses para trocar Temer.
A causa principal deste transtorno é sobejamente conhecida.
Portanto, é necessário continuar combatendo com prioridade a corrupção na política. Doa a quem doer.