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Segundo o Banco Mundial, nossa Logística melhorou...

Ainda que quatro dos seis indicadores estejam ligados ao setor privado, foram os dois indicadores relacionados aos investimentos públicos que puxaram essa melhora

Desde 2007 o Banco Mundial vem publicando regularmente um índice internacional de desempenho do setor logística com base em um levantamento realizado em 160 países, o chamado LPI – Logistic Performance Index, que visa ranquear quão eficiente cada país é ao embarcar suas cargas para outros países, permitindo assim que o desempenho desses países seja comparado ao desempenho de outros países, regiões e grupos de renda.

O índice geral de LPI é composto pela média ponderada da pontuação dos países em seis “indicadores-chave”:

1) Eficiência do processo de desembaraço:

Rapidez, simplicidade e previsibilidade do controle das fronteiras por parte das autoridades, incluindo as alfândegas;

2) Qualidade do comércio e infraestrutura relacionada com o transporte:

Portos, ferrovias, estradas, tecnologia da informação;

3) Facilidade para contratar o transporte com preços competitivos:

Disponibilidade de empresas transportadoras, concorrência, poder de barganha;

4) Competência e qualidade dos serviços logísticos:

Operadores de transporte, agentes de carga, despachantes;

5) Capacidade de rastreabilidade da carga:

6) Integridade de Schedule:

Cumprimento dos prazos de entrega previstos.

De acordo com essa metodologia desenvolvida pelo Banco Mundial, lideraram o ranking internacional de eficiência logística:

Alemanha (4,23), Luxemburgo (4,22), Suécia (4,20), Holanda (4,19) e Singapura (4,14), sendo as piores posições ocupadas por: Síria (1,60), Haiti (1,72) e Somália (1,75).

Ainda segundo o Banco, a média de desempenho dos países mais ricos (3,5) ficou 45% acima da média dos países mais pobres (2,41), num momento em que muitos embarcadores já percebem mais valor na previsibilidade do que na velocidade da entrega.

Em 2007, quando o primeiro levantamento foi divulgado, o Brasil ocupava a 61ª oposição do ranking com um índice geral de 2,75, contudo, em 2014, ainda que o nosso índice geral tenha melhorado para 2,94, caímos para 65ª oposição do ranking numa clara demonstração de que outros países também estão investindo no desenvolvimento de suas logísticas.

Em 2016, com um índice geral de 3,09, subimos para a 55ª oposição do ranking, a frente dos nossos vizinhos na costa leste da América do Sul (Argentina e Uruguai), mas ainda muito aquém da nossa posição como 8ª economia do mundo ou de 23? maior exportador do mundo.

Ainda que na prática muitos profissionais do setor possam não conseguir perceber essa melhora da performance brasileira, possivelmente em virtude de condições ainda pouco competitivas de muitos elos da nossa cadeia logística (ex. dwell time, quantidade de órgãos anuentes, baixa participação do ferroviário no acesso aos portos etc), essa melhora da avaliação por parte do Banco Mundial é, no mínimo, boa para nossa imagem internacional, mas basta lembrar dos congestionamentos vividos em Santos e Paranaguá durante o escoamento das Safras de Grãos em 2012/2013 – corrigidos com medidas relativamente simples e de baixo custo como por exemplo: o agendamento de carga e os pátios “pulmões” para carretas – para acreditar que essa nossa melhora faz algum sentido.

Contudo, ainda estamos muito longe dos líderes ranking e, portanto, temos muito que aprender com eles.

 

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