Kongsberg: Navios autónomos não dispensam tripulantes
Os navios autónomos não tornarão o uso de tripulações obsoleto, garante a Kongsberg, companhia norueguesa que aposta no desenvolvimento de soluções de transporte autónomo.
“Marinheiros temem pelos seus empregos quando ouvem falar sobre o que estamos a fazer, mas autónomo não significa não tripulado”, afirmou o director de vendas globais e marketing da Kongsberg Maritime, Peter Due, num seminário organizado pela embaixada norueguesa no Dubai.
O mesmo responsável afirmou que apenas uma pequena percentagem dos futuros navios não será tripulada e os restantes serão total ou parcialmente tripulados.
No alto mar, as embarcações autónomas talvez precisem de menos tripulação, mas ainda haverá sempre necessidade de equipas de manutenção a bordo, acrescentou Peter Due.
No que se refere ao short sea shipping, o executivo da Kongsberg considera que os navios porta-contentores autónomos permitirão que os carregadores reconquistem a carga perdida para o transporte rodoviário, por causa da redução de custos e emissões e aumento da segurança que proporcionarão.
Embora esses navios não sejam tripulados, serão, de acordo com Due, monitorizados por marinheiros a partir de centros de controlo em terra.
O mesmo responsável indicou que esses marinheiros irão desfrutar de um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal por se basearem na terra.
O director de vendas globais e marketing da Kongsberg Maritime referiu ainda na conferência que, em vez da perda de empregos, a indústria naval enfrenta uma escassez de 147 mil profissionais em todo o mundo até 2025, de acordo com o Relatório Manpower 2015, da Bimco e da ICS.
Navio 100% autónomo previsto para 2021
A Kongsberg está, recorde-se, a desenvolver o primeiro porta-contentores eléctrico totalmente autónomo do mundo.
Com entrega prevista para o início de 2020, o Yara Birkeland será usado para substituir camiões no transporte dos fertilizantes produzidos pela Yara em Porsgrunn para Brevik e Larvik.
O casco da embarcação será construído no estaleiro Vard Braila (na Roménia) e concluído na Noruega, no Vard Brevik.
O acordo de construção com a Vard representa 250 milhões de coroas dinamarquesas (26,3 milhões de euros).