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Ao menos três grupos avaliam comprar portos da Wilson Sons

Ao menos três gigantes asiáticos operadores globais de portos avaliam comprar os terminais portuários de contêineres da Wilson Sons: o Tecon Rio Grande (RS) e o Tecon Salvador (BA).

Os grupos são a PSA, de Cingapura; a Hutchison Ports; e a China Merchants Port – ambas de Hong Kong. Os três conglomerados, que estão entre os maiores do setor, já fazem auditoria nos ativos, apurou o Valor. Procuradas, as empresas não se manifestaram.

A China Merchants é a única que já está presente no país.

Comprou no ano passado 90% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no Paraná, que era do fundo Advent em conjunto com sócios minoritários.

A China Merchants registrou receita equivalente a R$ 18 bilhões em 2017. A PSA fechou com R$ 9,1 bilhões e a Hutchison, com R$ 14 bilhões.

As duas últimas olharam ativos portuários no Brasil no passado. Com a tendência de consolidação do mercado brasileiro nesse segmento, a expectativa é que as companhias desembarquem logo no país.

A Dubai Ports World, outra gigante do setor, também estava interessada nos terminais da Wilson Sons, mas acenou com proposta não-vinculante considerada baixa.

A fase de propostas firmes deve começar entre o fim do ano e início de 2019. O interesse dos compradores é por até 100% dos terminais, ambos monopolistas na operação de contêineres nos portos em que estão instalados e localizados em regiões relevantes para as linhas de navegação.

Mundialmente, o padrão de avaliação de terminais portuários é um múltiplo de dez vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

Mas as últimas compras de terminais no Brasil chegaram a registrar múltiplos superiores onde não há concorrência.

O TCP, por exemplo, foi avaliado em 14 vezes o Ebitda. Em outro negócio realizado no ano passado, a Triunfo Participações e Investimentos (TPI) recebeu R$ 1,3 bilhão da Terminal Investment Limited (TIL), montante que não incluiu os R$ 200 milhões de dívida da participação da TPI no negócio. O múltiplo de Ebitda foi de quase 11 vezes.

Os dois terminais de contêineres da Wilson Sons somaram Ebitda de R$ 262,9 milhões no ano passado, variação positiva de 26,9% sobre o exercício anterior.

Juntos, Tecon Rio Grande e Tecon Salvador tiveram receita líquida de aproximadamente R$ 600 milhões em 2017.

E movimentaram 1,068 milhão de Teus (contêiner padrão de 20 pés) no período, alta de 3,7%.

O maior deles, o terminal no porto gaúcho, respondeu por 71% dessa movimentação e está entre os cinco maiores terminais brasileiros em número de contêineres.

A Wilson Sons obteve do governo a prorrogação antecipada dos dois contratos de arrendamento por mais 25 anos. Os prazos vão até 2047 (Tecon Rio Grande) e 2050 (Tecon Salvador).

A renovação mais recente foi a do terminal baiano, em 2016, que fica a 50 quilômetros do polo industrial de Camaçari.

Em troca da prorrogação antecipada, a companhia se comprometeu a investir na manutenção e expansão do empreendimento até o fim do prazo contratual.

Os investimentos relacionados à ampliação da área totalizam quase R$ 398 milhões, valor com data-base de dezembro 2013.

Serão feitos em etapas e mais que dobrarão a oferta anual de movimentação, para 925 mil Teus.

O processo formal de venda de ativos foi anunciado em julho.

Além dos terminais de contêineres, a Wilson Sons pretende maximizar o valor de ativos logísticos – o Centro Logístico e Industrial Aduaneiro em Santo André (SP) e a estação aduaneira de Suape (PE).

A companhia é uma das maiores operadoras de serviços portuários, marítimos e logísticos com atuação no Brasil.

Em 2017, teve receita líquida de R$ 1,5 bilhão. O principal negócio em faturamento é o de rebocagem de embarcações, seguido pelo portuário (além dos terminais de contêineres, há um terminal privado dedicado à indústria de óleo e gás).

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