Portos do Brasil seguem sem rumo
Surpreende que, passados 80 dias de governo Bolsonaro, o que se anuncia como planejamento para os portos brasileiros não expressa a mínima possibilidade de alcançar, nos próximos quatro anos, os patamares dos portos asiáticos, objetivo que constou nas diretrizes da campanha vencedora da disputa presidencial.
São ações inconsistentes e planos requentados, incompatíveis com táticas adequadas para alcançar resultados audaciosos e desejáveis.
A política de reforma dos portos, sem rumos certeiros, frustra expectativas e causa incertezas em momento tão preocupante do comércio internacional brasileiro.
Convenhamos que tais desacertos não oferecem segurança de mudança para melhor.
Se analisado, o plano de ação dessa mesma diretoria apresentado na feira Intermodal, com pompas e circunstância, para sanear a empresa e tornar Santos o porto mais eficiente do País, tem o nível de um mero trabalho de conclusão de curso (TCC).
Anos-luz distante da intenção de um planejamento que estabeleça um novo paradigma portuário compatível com o porto digital, da Internet das Coisas (IoT) e de última geração. Distante da logística 4.0.
Com certeza, quando a fatura for cobrada pelo futuro perdido dos portos brasileiros, as diretorias atuais já terão passado.
Quem vai pagar a conta, outra vez, é a sociedade, que há muito já reclama da ineficiência dos portos e da perda de competitividade de seus produtos no comércio internacional.