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Portos têm papel central na logística

Terminais precisam ser pensados como parte fundamental de cadeias de valor

Há um ditado muito repetido por produtores rurais brasileiros que pode ser ampliado para o setor produtivo como um todo:o Brasil está entre os mais eficientes do mundo das porteiras das fazendas, ou das portas das fábricas, para dentro.

O problema está do lado de fora. A operação portuária pode premiar todo o esforço de uma empresa, ou jogar toda sua eficiência interna por água abaixo. 

Desde o início deste ano, a política federal para o setor é  norteada por um olhar mais integrado, visando atender interesses da iniciativa privada, como reconhece o secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diego Piloni. “Os instrumentos de planejamento precisam estar abertos ao que é importante por quem movimenta as cargas”, destaca.

O foco da atuação federal é baseado no fortalecimento da infraestrutura disponível, com a atração de novos investimentos, além da melhoria na gestão. 

O responsável pela definição da política nacional para o setor ressalta o enorme potencial que os portos baianos têm para crescer.

Entre os atrativos está a localização geográfica, praticamente “no meio do litoral brasileiro”.

Em relação a Salvador e Aratu, ele cita o fato de serem abrigados pela Baía de Todos os Santos, e suas boas condições de navegabilidade.

“É um fato notório que existem condições únicas para a atividade portuária aqui na Bahia, o que nós precisamos fazer é trabalhar para que todo este potencial se torne uma realidade. O que posso dizer é que hoje todos os fatores são favoráveis a isso”, afirma Piloni. 

O secretário frisa que o momento é promissor para o estado. “Estamos falando de um complexo que movimentou muito ano passado e de três portos de vocações diferentes mas que se complementam”, completa.  

Processos


O coordenador Geral de Modelagens de Arrendamentos Portuários da  Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), Disney Barroca Neto, explica que um dos objetivos para o setor é descentralizar os processos decisórios, atualmente concentrados em Brasília.

Para isso, as autoridades portuárias precisam melhorar seus processos de gestão. 

Para o coordenador Geral da SNPTA, com o planejamento que está sendo adotado na Bahia, os resultados devem ser percebidos no médio e longo prazo.

Ele destacou como positiva a participação da Codeba - e mesmo da iniciativa privada - na formulação de projetos que preveem a licitação de áreas portuárias no Porto de Aratu-Candeias.

“Temos um planejamento vivo, que vai se adaptando às demandas da sociedade”, justifica. 

Para o presidente da Companhia das Docas da Bahia (Codeba), empresa que administra os terminais federais no estado, Rondon Brandão do Vale, é importante que se pense na cadeia logística como um todo.

“O porto é um elo fundamental. Para ser eficiente, precisa de investimentos na estrutura e em seu modelo de gestão”. 

O presidente da Codeba acredita que o desenvolvimento dos terminais instalados na Bahia passa pela descentralização da gestão.

Ele cita como uma oportunidade as mudanças na lei, que permitem que a administração de ativos portuários seja tocada por autoridades locais.

“Isso revigora a nossa atuação como autoridade portuária de fato”, acredita. 

Durante o seminário sobre gestão portuária, a Codeba assinou com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) um acordo que vai possibilitar a integração dos sistemas de gestão dos três portos públicos baianos – Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus.

A estimativa é a de que a gestão das docas na Bahia tenha economizado R$ 8 milhões em dois anos frente  à possibilidade de ter que criar um sistema próprio, partindo do zero.  

O Seminário Portfólio de Investimentos nos Portos da Bahia - Oportunidades de Outorgas foi uma realização do CORREIO e Codeba, com o patrocínio da J. Macêdo e UItracargo, apoio institucional da Braskem e apoio da Fieb, Usuport, Associação Comercial da Bahia e Contermas.

 

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