Portos brasileiros atrasados na era tecnológica
O ano de 2020 será um marco de uma nova era tecnológica. Acelerado por tecnologias da internet das coisas (IoT), big data, inteligência artificial, blockchain, computação em nuvem e realidade digital, impulsiona uma nova forma de movimentar informações, produtos e pessoas. Nessa mesma visão de modernidade deve ser englobado o recurso humano desse processo, o qual, em última análise, é o meio e o fim deste propósito de fazer o mundo mais ágil.
* Desenvolvimento sustentável ao Norte
Como destaca a professora Marisa Eboli, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, da Universidade São Paulo (FEA-USP), “normalmente a modernidade é analisada apenas nas suas dimensões mais visíveis e tangíveis... econômica e tecnologias de ponta”. E conclui: “dificilmente ela é concebida como um processo complexo, que traz em seu bojo a multidimensionalidade.” A começar por uma política de pessoal que abranja todos aqueles que, direta ou indiretamente, trabalham para a organização. Uma forma de aprender e disseminar o aprendizado para demais segmentos da comunidade.
* Portos brasileiros inteligentes: quando?
Nesse cenário de competitividade, o diferencial dos portos surge da inovação e de insights profundos sobre como são os processos e como eles podem ser melhorados. Resumindo, das decisões administrativas, ambientes culturais e institucionais. Daí a prioridade do capital humano, como principal ativo da empresa, na aplicação dessas novas tecnologias de forma econômica e eficaz. Isto significa desenvolver na empresa uma cultura voltada ao autodesenvolvimento e à aprendizagem contínua.
* Os profissionais e as empresas 4.0
No entanto, ao se analisar o programa de desenvolvimento dos recursos humanos do mais importante complexo portuário do Hemisfério Sul, o porto de Santos, sobressai uma visão taylorista incompatível com as demandas da nova era tecnológica. Ao contrário de olhar para o passado, é preciso descobrir desafios para os usos possíveis da tecnologia blockchain, como instrumento da otimização da cadeia de suprimentos e a sustentabilidade da comunidade portuária. Ou seja, urge passar de um aprender estático e passivo para uma forma dinâmica e crítica.
WebSummit Porto Sustentável
* Portos carecem de recursos humanos, técnicos e financeiros eficientes
Os portos mais movimentados do mundo estão avançados na busca de inteligência tecnológica competitiva. No Brasil ainda não se conseguiu conceituar adequadamente um sistema landlord port. Nesse compasso de perda de tempo e caminhar desordenado, convém considerar que para se ter processos competitivos, é preciso ter sistemas educacionais competitivos!