Vão começar os testes na nova bacia de evolução dos portos de Itajaí e Navegantes
A bacia de evolução dos portos de Itajaí e Navegantes, maior obra de infraestrutura portuária feita no Estado nos últimos anos, começará a ser testada nos próximos dias. Serão feitos três testes, com embarcações de 306 metros – o limite atual de tamanho das embarcações que operam nos terminais locais.
A determinação foi da Marinha, que coordena a fase de homologação da nova área de manobras. Primeiro a bacia de evolução será testada com navios menores. Depois, as embarcações com até 336 metros, que será o novo limite.
Dezesseis navios que vão aportar este mês em Itajaí e Navegantes estão na lista, entre os que poderão ser usados para experimentar a nova área de manobras. O superintendente do Porto de Itajaí, Marcelo Salles, informou que o canal de acesso, no Rio Itajaí-Açu, terá que ser interrompido durante os testes, o que interfere na atividade do ferry boat, das embarcações pesqueiras e da Marina Itajaí. Por isso, a escolha de datas será feita com cuidado, levando em conta o menor impacto possível e as condições meteorológicas.
No trade portuário, havia expectativa de que as manobras de teste ocorressem ainda no mês de dezembro. A dragagem foi concluída no fim de agosto, e a aferição de profundidade já está pronta. Há pressa, porque a confirmação da entrada de navios maiores é fundamental para a negociação de novas linhas para os portos locais, que respondem por mais da metade do comércio marítimo de Santa Catarina. O Complexo Portuário do Itajaí-Açu é o segundo maior do país em movimentação de contêineres, atrás apenas do Porto de Santos.
Como será
A nova bacia de evolução fica logo na entrada do Saco da Fazenda, antes da Marina Itajaí. Nos testes, os navios farão o giro de 180º necessário para entrar ou sair dos portos locais. É como estacionar um carro: o comandante do navio tem a opção de entrar de frente, atracar e depois fazer o giro na saída; ou girar o navio logo na entrada, para sair de frente.
As obras custaram R$ 173 milhões – R$ 128 milhões em recursos do Governo do Estado, que entregou a bacia sem ter alcançado a profundidade necessária, e mais R$ 45,5 milhões da Superintendência do Porto de Itajaí e da Portonave, que pagaram pela conclusão dos trabalhos.
O atraso na entrega da bacia de evolução representa prejuízo para Santa Catarina: somente um navio, que deixou de operar em Navegantes, retirou do terminal o equivalente a R$ 16 milhões em cinco meses.