Logística integrada: Trilhos impulsionam negócios no Brasil
Otimizar processos, reduzir custos e aumentar a produtividade e a satisfação do cliente são objetivos da logística integrada. Aliada do reposicionamento de negócios durante e no pós-pandemia, esse sistema integrado de fluxos, serviços e informações tem na ampliação dos serviços ferroviários no Brasil um caminho concreto para o fortalecimento de diferentes marcas e segmentos.
Unindo duas gigantes do mercado, Brado e Amaggi, a logística sobre trilhos e as perspectivas para o Brasil é o mote do 7º episódio da Websérie Especial Logística Integrada, promovida pelo LIDE Grupo de Líderes Empresariais do Paraná, Mato Grosso e Santos.
Com uma cobertura atual da ordem de 70% do território nacional, a Brado deu passos largos nos últimos anos para atender à alta demanda por competitividade e ganhos de escala no mercado brasileiro e internacional. A empresa que vem crescendo em média 20% ao ano incorporou aos serviços a oferta de vagões empilhados, os chamados double-stack, ampliando em 40% a capacidade de carregamento.
Mais do que soja:
Em “dois andares” repletos de diferentes mercadorias, muitas vezes num mix de commodities e subprodutos, os vagões carreiam pelos trilhos 70 tipos de produtos, todos os dias, entre Sumaré (SP) e Rondonópolis (MT).
Essa variedade é facilmente percebida na carteira de 230 clientes, que inclui marcas de diversos segmentos.
“A gente não vende transporte, a gente proporciona solução, com benefícios de qualidade, segurança, controle. Nós podemos levar a soja, mas também o feijão, a glicerina, cerveja, vestuário. Isso é oportunidade para a construção de novos negócios. Hoje, por exemplo, boa parte do material de construção que chega a Mato Grosso vai pelos contêineres. O nosso business é oferecer soluções integradas a toda a cadeia”, declara Douglas Goetten, diretor comercial da Brado.
Quando o assunto é o caminho das commodities pelos trilhos do Brasil, destaca-se que não apenas de soja se enchem os vagões. O algodão, que tem um processamento diferenciado, também aderiu à matriz ferroviária. Mostra desse movimento, pela quarta safra consecutiva, a Amaggi utiliza contêineres da Brado para a remessa de algodão até o Porto de Santos (SP).
“A Amaggi sempre vinha num tipo de escoamento muito tradicional. O algodão chegava em Santos, fazia a estufagem e processamento nos berços para ser exportado. Uma grande preocupação sempre foi a estrutura de preparo nos portos para a exportação. Após conversarmos bastante, a Brado trouxe essa inovação”, pontua o supervisor de Logística da Amaggi, Alexandre Botter Fonzar.
Soluções em logística integrada podem ser consideradas um dos pilares que alçaram a Amaggi de produtora de grãos ao status de um dos grupos econômicos de maior projeção no Brasil e no mundo. O gerente de Logística Anilton Carmo observa que 80% das commodities movimentadas pela Amaggi são escoadas por meio de intermodais, associando as tradicionais carretas a hidrovias e ferrovias.
O caminho mais ágil aos portos resguarda os prazos de embarque nos navios que levam grãos até diferentes compradores internacionais.
“A ferrovia é uma forma de chegar ao porto com a mercadoria mais preparada para embarcar no navio. Cada vez mais essa estrutura chega ao interior do Brasil. A intermodalidade não é o futuro. Para nós, já é o presente”, destaca.
Logística integrada:
Promovido pelo LIDE Mato Grosso, LIDE Santos e LIDE Paraná, o projeto “Logística Integrada – Debates e Soluções” reúne lideranças no objetivo de diagnosticar gargalos, oportunidades e soluções à logística e infraestrutura nacional. Para assistir aos episódios da websérie que compõe o projeto, basta acessar o canal do LIDE Paraná no Youtube. Os programas são apresentados por Heloísa Garret, presidente do Lide Paraná, tendo a participação de presidente do LIDE Mato Grosso, Evandro César Santos, e do presidente do LIDE Santos, Jarbas Vieira Marques.