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Terminal da TPI deve entrar em operação no início de 2013

Empreendimento não deverá ser impactado pela Resolução nº 1.401/09 porque os sócios certamente serão tradings companies.

A construção de um terminal privativo de uso misto na área continental de Santos pela Triunfo Participações e Investimentos (TPI) será factível assim que sair o licenciamento ambiental, previsto para o segundo semestre 2010.

O presidente da companhia, Carlo Bottarelli, afirmou ao Guia Marítimo que será injetado R$ 1 bilhão na construção de um terminal que movimentará 2 milhões de toneladas de grãos, 4 milhões de granéis líquidos e 600 mil contêineres, o que poderá vir a representar 20% da capacidade do Porto de Santos.

Botarelli antecipou que o terminal terá 650 mil metros quadrados de área pavimentada e berços de 1.200 metros, sendo dois destinados à operação de contêineres, um para líquidos e outro para grãos. "O terminal fará parte do Projeto Barnabé-Bagres e como será instalado no coração deste, somente seria viável se conseguíssemos comprovar à Codesp que sua implantação não conflita ambientalmente com a área. Nos próximos 60 dias, entregaremos à autoridade portuária um estudo a respeito de Barnabé-Bagres sob a ótica ambiental", elucidou.

Segundo o executivo, a única expansão viável do Porto de Santos é naquela direção, evidentemente que dentro de uma visão ambientalmente possível, que vise ao desenvolvimento portuário e da retroárea de Santos.

Botarelli informou que o plano inicial era construir um terminal de contêineres, agregando a experiência do Portonave, no Porto de Navegantes, em Santa Catarina, mas o Decreto nº 6.620/08, que determina o marco regulatório dos portos brasileiros, acabou dificultando a criação de um terminal exclusivo de contêineres.

"Tenho a impressão de haver um excesso de retroárea para contêineres na região de Santos com a construção dos terminais da Embraport, da BTP (Brasil Terminal Portuário) e o nosso. A tendência é que haja uma certa competição em nível de preço e vê-lo nascer dessa forma não é salutável. Então ampliamos a abrangência e derivamos para carga geral", esclareceu.

O presidente da Triunfo ponderou que na área de grãos sempre há grande demanda e o terreno é cortado por ferrovias. No caso de granéis líquidos, há excelentes perspectivas por conta do etanol. No início de 2013, quando deverão se iniciar as operações do terminal, poderá haver uma estimativa de demanda mais consolidada do etanol, época em que os protocolos internacionais já deverão ter sido firmados. "Além disso, é mais fácil conseguir licenciar e obter autorização de terminais de grãos e líquidos do que exclusivamente de contêineres", assinalou.

A companhia prevê que a licença ambiental seja expedida no segundo semestre de 2010 e, a partir daí, 28 meses serão necessários para obter o financiamento e, efetivamente, levantar o empreendimento, que provavelmente iniciará as operações no início de 2013.

Indagado se a Resolução nº 1.401/09, que está em vias de ser publicada pela Antaq e trata da exigência de comprovação de carga própria preponderantemente à de terceiros, não seria um entrave para o negócio, Botarelli ponderou que não. Segundo ele, a pretensão é abrir sociedade com tradings companies e tal questão será suprida pelos sócios que deverão movimentar cargas em volumes suficientes.

Conforme o executivo, a opção por tradings está alicerçada no fato de o comércio de grãos e de etanol estar cada vez mais nas mãos dessas companhias. "É evidente que há franjas nessa resolução e correntes que defendem uma ou outra opinião, mas não acredito que chegaremos ao extremo de exigir que a carga além de ser própria, tenha de ser produzida. Não podemos ir ao extremo da verticalização", opinou.

Botarelli avalia que a principal dificuldade da implantação do terminal será conseguir o financiamento, uma vez que este é um negócio difícil de gerar recebíveis, porque não trabalha com contratos de longo prazo e a própria crise evidenciou que o setor é bastante sensível à retração econômica global.

Cabotagem Na opinião do presidente da Triunfo, o mais importante no atual cenário é a continuidade dos investimentos no setor portuário. "Estamos investindo também em cabotagem e acreditamos que exista um espaço muito grande no País", declarou.

Ele confirmou que a empresa está finalizando a compra de dois navios porta-contêineres de bandeira brasileira com capacidade para 1.500 Teus (unidade de medida que equivale a um contêiner de 20 pés) cada, que calam entre 9,5 a 10 metros, e deverá trazer mais dois do exterior para colocar em operação a rota Buenos Aires - Suape no início de 2010, com a seguinte escala: Montevidéu, Rio Grande, Navegantes, Santos, Vitória, Salvador e Suape.

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