Portonave confirma recuperação
O Terminal Portuário de Navegantes (Portonave), localizado no Porto de Itajaí (SC), encerrou o mês de setembro com o transporte de 34,5 mil TEUs (unidade de medida referente a 1 contêiner de 20 pés), volume 14% superior ao registrado em igual mês do ano passado. O terminal, que completará dois anos de operação no final de outubro, está vivendo momento de recuperação de demanda, após queda brusca na movimentação por conta das chuvas que atingiram Santa Catarina em dezembro e janeiro últimos.A recuperação confirmou-se como tendência em julho deste ano, quando o terminal bateu recorde de movimento, atingindo 42,5 mil TEUs no mês. Desde sua inauguração, no final de outubro de 2007, até setembro último, o Portonave transportou 510,7 mil TEUs, ou 294,5 mil contêineres. A estimativa da Portonave, empresa com o mesmo nome do terminal que é a responsável pela administração do local, é de que em três anos o porto tenha atingido sua capacidade plena, com a movimentação de 1 milhão de TEUs. A empresa pretende investir na ampliação de capacidade em dois anos. dragagem. "Tivemos dificuldades com as enchentes no final do ano passado. O canal para a atracação no Porto de Itajaí ficou assoreado e, por conta disso, praticamente paralisamos nossa atividade. Contratamos empresa de dragagem para desassorear o canal e enquanto o serviço não foi concluído, os navios tiveram que atracar com menos carga. Somente em maio conseguimos restabelecer as condições do passado", afirmou o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas.
De acordo com Ribas, se não houvesse a enchente no Estado, os números referentes à movimentação do terminal estariam mais próximos do teto de 1 milhão de TEUs. Assim que o volume de cargas estiver próximo da meta, informou Ribas, a Portonave investirá na ampliação do terminal.
De acordo com o adminstrador da unidade portuária, há 100 mil metros quadrados preparados para a expansão. A ampliação, que será a segunda fase do empreendimento (a primeira foi a instalação e operação do terminal), poderá ocorrer em dois anos. "Seria um prazo razoável", disse Ribas.
O investimento teria que ser feito em maquinário e obras de pátio. Para isso, informou Ribas, seria necessário investir de R$ 60 milhões a R$ 80 milhões. Os recursos seriam aplicados pelos acionistas da Portonave, que são a Triunfo Participações e Investimento (50%) e a empresa suíça Backmoon (50%). "Assim que chegarmos a 1 milhão de TEUs, vamos investir. Talvez um pouco antes, daqui a dois anos", afirmou.
O terminal, que tem 900 metros de berço, 270 mil metros quadrados de retroarea, cinco guindastes e câmara frigorífica para 18 mil toneladas, foi construído com investimento de R$ 450 milhões. O terminal emprega 570 pessoas no porto e 130 na câmara frigorífica.
A câmara frigorífica, explicou Ribas, é um dos diferencias do terminal, visto que além de ser iniciativa pioneira no País, Santa Catarina "é uma região muito forte na exportação de carga frigorificada". MOVIMENTO. Com relação à movimentação de cargas, Ribas afirmou que considera o terminal maduro, a despeito da pouca idade e dos percalços com as enchentes. Segundo ele, o porto tem condições de operar à plena capacidade.
De acordo com o responsável pelo porto, atingir o objetivo de 1 milhão de TEUs depende muito mais do mercado do que do setor comercial da empresa. "Temos que absorver a demanda, claro, e temos equipe comercial trabalhando para isso. Só que, no entanto, dependemos muito mais da demanda do mercado", afirmou.
No período de chuvas em Santa Catarina (dezembro e janeiro), a movimentação caiu muito. Em dezembro, por exemplo, o terminal movimentou somente 3,7 mil TEUs ou 2,1 mil contêineres - quedas de 81% e 82% respectivamente, em relação ao mês imediatamente anterior. "Com a retomada da economia, que esteve engessada por conta da crise mundial, e o retorno do movimento por conta do restabelecimento das condições do canal, o porto respira ares de recuperação", completou Ribas.