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Paranaguá disputará cargas com Santos

A Capitania dos Portos do Paraná liberou, no último dia 5, a navegação de embarcações de 12,50 metros de calado e há quem aposte que a iniciativa deverá fazer migrar embarques de granéis sólidos do Porto de Santos para Paranaguá.

Com a assinatura da Portaria nº 80, o capitão de mar-e-guerra Marcos Antonio Nóbrega Rios restabeleceu em 12,50 metros o calado dos navios que acessam os portos de Paranaguá e Antonina pelo Canal da Galheta. O comandante se antecipou ao parecer do Centro de Hidrografia Marinha sobre os resultados da dragagem emergencial que devolveu ao Canal da Galheta os 15 metros de profundidade.

Operadores portuários da região avaliam que, com o fim das restrições de navegação no Canal de Galheta, o volume de embarques de soja poderá ter incremento de 30% em relação à movimentação deste ano. No período de janeiro-outubro, o porto movimentou 20% a mais que no mesmo período de 2008.

Na opinião do gerente-geral da Companhia Brasileira de Logística S/A (uma das principais exportadoras de grãos por Paranaguá), Washington Viana, a expectativa é aumentar 40% a safra de grãos em 2010, o que invariavelmente repercutirá de forma positiva na contratação de navios. "O reflexo imediato dessa medida será a inversão de prêmios em Paranaguá em relação a Santos", revela.

Os prêmios são bonificações nos fretes marítimos determinados pelos armadores que ao oferecem descontos consideram, entre outros fatores, as facilidades que o porto oferece em termos de infraestrutura e logística.

Viana avalia que Paranaguá é, indiscutivelmente, mais eficiente e tem logística mais estruturada que o Porto de Santos, inclusive, na recepção de cargas pelos modais rodoviário e ferroviário. "A combinação de eficiência e operacionalidade do Porto de Paranaguá se soma à parte estrutural e, agora, também, à parte de navegação", explicou o executivo que planeja o retorno à Paranaguá de cargas desviadas para o Porto de Santos.

Segundo estimativa do superintendente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, o aumento em volume nas operações com granéis sólidos será em torno de 20%, porque com a restrição os navios graneleiros não entravam, nem saíam do Porto à plena capacidade. "Em média, para cada pé de restrição, deixa-se de carregar 2 mil toneladas", concluiu.

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