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Infraestrutura "péssima" trava crescimento, afirma Armínio

DE NOVA YORK - O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmou ontem que o país precisa superar os gargalos na infraestrutura, classificada como "em péssima situação", para alcançar um crescimento anual entre 6% e 7%.

Em palestra promovida pela Câmara de Comércio Brasil-EUA em Nova York, Fraga listou uma série de entraves a um modelo de crescimento mais duradouro, como as baixas taxas de poupança e de investimento, inferiores a 20% do PIB. Em uma visão de longo prazo, disse que é preciso repensar o gasto e o crédito públicos.

Segundo Fraga, o governo agiu corretamente ao gastar mais e oferecer crédito para superar o pior momento da crise. Mas ele afirmou que a oferta demasiada de crédito público no pós-crise pode contribuir para pressionar as taxas de juros. Fraga citou especificamente o BNDES, que tem recurso do Tesouro.

Segundo Fraga, o Brasil, assim como a maior parte do mundo, tem sido afetado pelo "cheiro de populismo", o que pode limitar discussões em ano eleitoral. "É muito tentador focar apenas no consumo. É bom que tenhamos um Bolsa Família para corrigir as distorções, mas é outra coisa acreditar que vamos crescer no ritmo que deveríamos sem investir. Isso para mim é populismo."

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