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Empresas apontam Porto de Vitória como 2º pior do país

Os inúmeros e antigos problemas enfrentados pelos usuários do Porto de Vitória, como calado, acessos rodoviário e ferroviário, tarifas, infraestrutura de armazenagem, que são reclamações recorrentes dos diferentes segmentos econômicos do Estado, há mais de uma década, devem continuar interferindo negativamente na atividade de comércio exterior por um bom tempo, pois as soluções propostas, ao que parece, não se concretizarão tão cedo.

A sorte, ou não, do Espírito Santo, que tem a atividade de comércio exterior como um forte braço de sua economia, é que a situação dos demais portos públicos do país, pelo menos os mais próximos, não é muito melhor. Caso contrário os portos vizinhos se tornariam a principal porta de saída e entrada das cargas exportadas e importadas pelas empresas aqui sediadas. E o Estado perderia muito mais cargas do que já perdeu e continuará a perder.

Os problemas dos portos públicos do país, incluindo o de Vitória, foram comprovados por pesquisa feita, no ano passado, pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). O levantamento identificou os principais problemas em dez portos do país. O Porto de Vitória, a exemplo do resultado da pesquisa realizada em 2007, ficou na penúltima classificação, com nota 6,5, melhor apenas que o Porto de Salvador.

Os problemas no porto têm se agravado com o passar dos anos, enfatiza o diretor do Sindicato dos Operadores Portuários (Sindiopes), Pedro Paulo Fatorelli. Ele reclama da dificuldade dos acessos rodoviário e ferroviário que resultam em aumento de custo para os operadores portuários. “Já perdemos muitas cargas para portos de outros Estados e só não perdemos mais porque os portos vizinhos não estão em condições tão melhores que o nosso”, destaca.

A situação dos portos deixa muito a desejar, sublinha o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), Severiano Alvarenga Imperial. A boa infraestrutura dos armazéns alfandegados que são todos automatizados e informatizados merece um porto mais eficiente, pondera.

Os exportadores de rochas ornamentais, de café e de frutas precisam embarcar grande parte das cargas em outros terminais portuários do país, lembra Fatorelli. A burocracia é outra reclamação. A falta de integração dos vários órgãos que atuam no comércio exterior gera muitos documentos que acabam por travar as operações, frisa Imperial.

Obra de dragagem começa em março

Se a burocracia não atrapalhar mais uma vez, a solução para um dos mais antigos gargalos do porto de Vitória, a pouca profundidade, virá em pouco mais de um ano. De acordo com previsão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), a obra de dragagem com custo estimado de R$ 100 milhões, deverá estar concluída em março do próximo ano. O contrato com o consórcio vencedor da licitação será assinado logo depois do carnaval e as obras iniciadas em março, explica o presidente em exercício da companhia, Hugo José Ambois de Lima.

Ao final da dragagem e derrocagem do canal de acesso ao Porto de Vitória, a profundidade será de 14 m e o calado de 12,5 m. A obra de ampliação do cais comercial do Porto de Vitória está com o contrato assinado e o início dos trabalhos dependem da liberação da licença ambiental. A expectativa é que a licença seja aprovada até o final do mês, informa Lima.

Quanto à melhoria dos acessos a solução pode ser um pouco mais demorada. Pelo lado de Vitória, na Ilha do Príncipe, a Prefeitura de Vitória planeja ampliar o espaço para a circulação de caminhões que trazem as cargas de Cariacica, por meio do projeto Portal Sul.

Pelo lado de Capuaba, em Vila Velha, a alternativa estudada, segundo Lima, é a construção de um viaduto que fará a interligação da Darly Santos com os terminais que operam em Capuaba. O viaduto teria extensão de cerca de 3 quilômetros. O viaduto, explica, seria uma alternativa mais viável que a ampliação da Estrada de Capuaba.

Quanto às tarifas, Lima explica que o último reajuste foi aplicado em maio de 2007. As tarifas, frisa, são competitivas e não devem ser confundidas com os custos portuários.

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