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Eike Batista busca R$ 3 bilhões para estaleiro em Biguaçu, na grande Florianópolis

Se for implantado, será o maior investimento privado de Santa Catarina

A OSX Brasil SA, companhia naval do empresário Eike Batista — que tem projeto para a construção de estaleiro em Biguaçu, na Grande Florianópolis — vai abrir capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no próximo dia 19.

O objetivo é captar R$ 6,4 bilhões, mas a oferta pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês) poderá movimentar até R$ 9,9 bilhões. A projeção para o estaleiro apresentada ao mercado é de cerca de R$ 2,9 bilhões.

Se for implantado, será o maior investimento privado de Santa Catarina e vai gerar 4 mil empregos diretos. A OSX terá como sócia do estaleiro, com 10% de capital, a coreana Hyundai Heavy Industries.

A princípio, os recursos serão para a instalação do estaleiro, que construirá plataformas, navios-sonda e prestação de serviços para esses equipamentos que serão locados pela empresa petrolífera do grupo EBX, a OGX Petróleo e Gás. O empresário pretende produzir plataformas também para a Petrobras e projeta uma demanda futura de US$ 111 bilhões para o setor, no Brasil.

O valor que a empresa pretende levantar na Bolsa é bem maior do que o total do investimento que comunicou ao mercado para instalar o parque fabril e comprar equipamentos, totalizando cerca de R$ 2,9 bilhões.

A OSX projeta demanda de 48 unidades de produção para serem afretadas nos próximos 10 anos pela OGX, empresa de exploração de petróleo e gás natural da holding EBX, de Eike Batista. O custo estimado dessas unidades é de U$$ 30 bilhões.

A operação na Bovespa envolverá lote inicial de 5.511.739 ações ordinárias, com preço estimado entre R$ 1 mil e R$ 1.333,33 por papel. Se houver demanda, poderão ser ofertados lotes adicional e suplementar de 826.760 e de 1.102.347 ações, respectivamente.

O período de reserva de ações da OSX começa no próximo dia 9 e vai até 16 de março. A precificação dos papéis será no dia seguinte, 17 de março. Poderão participar somente investidores institucionais e qualificados. No prospecto para o mercado, a companhia alerta aos investidores sobre a necessidade de observar com atenção todos os riscos inerentes ao empreendimento e seu contexto no setor de petróleo.

A OSX comunicou esta semana, também, que assinou com a OGX os termos definitivos do acordo de cooperação estratégica para a contratação dos equipamentos de produção e o contrato de fretamento de uma plataforma de petróleo da coreana Samsung. Contratos semelhantes de alocação serão feitos entre as duas empresas do grupo EBX para a produção do futuro estaleiro catarinense.

Neste período de abertura de capital, tanto o grupo EBX quanto as corretoras que participam da oferta não podem dar informações à imprensa.

Nesta terça-feira, a OGX, que é a maior companhia privada brasileira do setor petrolífero, informou que foi concluída a perfuração do poço 1-MRK-2b-SPS, localizado no bloco BM-S-29, nas águas rasas da Bacia de Santos. O bloco integra concessão em que a OGX detém 65% de participação e o operador europeu Maersk Oil detém 35%.

Logo após, a Maersk protocolou um Plano de Avaliação de Descoberta na Agência Nacional de Petróleo (ANP). O novo poço está localizado a cerca de 130 quilômetros da costa de São Paulo. A notícia movimentou a cotação as ações da empresa na Bovespa que chegaram a subir, mas fecharam em baixa de -1,77. A companhia é criticada por ainda não ter produzido petróleo, apesar de ter feito um dos maiores IPOs da bolsa, com captação de R$ 6,711 bilhões em 2008.

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