Contêineres baterão recorde em 2010
A crise bateu forte nos terminais de contêineres no Brasil em 2009, mas a perspectiva é de recuperação em 2010. Depois de 12 anos de crescimento ininterrupto, o setor viu cair em 14,3% o número de contêineres movimentados no ano passado em relação a 2008.Foram 3,97 milhões de unidades na comparação com 4,51 milhões do ano anterior. Para 2010, a perspectiva é que o Brasil movimente 4,7 milhões de contêineres. Se confirmado, o número será recorde e vai representar aumento de 18,29% em relação a 2009.
Sérgio Salomão, presidente da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec), diz que a retomada da expansão no setor reflete a própria recuperação da economia brasileira. Essa recuperação foi alicerçada em medidas internas de estímulo econômico que permitiram atenuar o efeito da crise, diz. A confirmar-se a previsão da Abratec, o setor terá saído da crise de forma relativamente rápida.
Em 2009, os terminais de contêineres brasileiros foram afetados pela queda do comércio mundial, uma vez que grande parte do movimento refere-se a serviços marítimos de navegação de longo curso, entre o Brasil e outros países. Outra parcela, menor, a do trânsito de contêineres, refere-se à cabotagem. Agora, o comércio internacional já dá sinais de recuperação.
"Entre o fim de 2008 e o início de 2009, os terminais operaram em um ritmo razoável por força de contratos que ainda estavam em vigor. Mas, a partir de meados do ano passado, veio a queda", diz Salomão. Os dados da Abratec de 2009 mostram que os principais portos do país, com raras exceções, registraram queda na movimentação de contêineres. No porto de Santos, o principal do país, a queda no número de contêineres movimentados em 2009 foi de 15,7% na comparação com 2008. Em Itajaí, de 12,5%; no Rio de Janeiro, de 15,4%; em Vitória, de 20,9%; em Salvador, de 4,1%, e, em Suape, de 16,7%. Duas exceções foram Rio Grande, onde a movimentação de contêineres cresceu 5,6%, e Manaus, porto em que o movimento ficou praticamente estável, com alta de 0,36%.