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O PAC realmente acelera o crescimento?

O Programa de Aceleração do Crescimento lançado pelo governo federal em janeiro de 2007 previa realizar um amplo conjunto de políticas econômicas a fim de melhorar o crescimento econômico do Brasil. Por um período de 4 anos (até 2010), a previsão era de investir mais de R$ 500 bilhões em infra-estrutura, transportes, energia, dentre outros.

Deste montante, o governo federal investiria R$ 67 bilhões, ficando o resto a cargo dos bancos de investimento, das estatais e de empresas privadas.

Após 8 meses do programa (agosto de 2007), 40% das obras ainda não haviam saído do papel, estando em fases de planejamento, licitação ou projeto. Após 3 anos, apenas 15% das obras estavam completas (junho de 2009). Atualmente o governo afirma acompanhar 2.471 obras, das quais metade diz estar concluída.

Mesmo com o baixo índice de obras completas, o governo anunciou o PAC 2, com investimentos de mais de R$ 1,5 trilhão: R$ 959 bilhões em todos os projetos entre 2011 e 2014 e mais R$ 630 bilhões para depois de 2014. Distribuição do dinheiro

A partilha do bolo mostra uma divisão desigual. Enquanto vemos de diferentes fontes que a logística brasileira atrasa nosso crescimento (veja diversas matérias deste assunto aqui no Logística Descomplicada), apenas R$ 58 bilhões são destinados para esta área. Este número é muito inferior aos R$ 275 bilhões para energia e petróleo e R$ 170 bilhões para projetos de infra-estrutura social.

De acordo com levantamento feito pelo iG, dentre as 20 maiores obras do PAC, apenas 2 são da área logística. E mais: serão praticamente R$ 5 investidos em projetos como extração, produção e refinamento de petróleo, gás natural ou construções de hidrelétricas para cada R$ 1 destinado a construção de estradas e ferrovias.

Evidentemente que para crescer o Brasil precisa de energia, mas o PAC não deveria priorizar tanto o setor de petróleo e gás, que pode desenvolver-se com ajuda do dinheiro privado. O governo deveria investir em meios de escoar a produção, aumento de produtividade e diminuir o altíssimo custo Brasil.

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